Até bem pouco tempo, estávamos todos nos despedindo do ano velho e dando boas vindas a 2019, desejando a todos à nossa volta um feliz ano novo, renovando nossas esperanças e anseios em torno de um novo e próspero tempo não só para nós mesmos e para os nossos, mas para a nossa nação como um todo que, inclusive, atravessa um dos mais turbulentos momentos de sua história. E eis que 2019 chega e, diferentemente do que tanto ansiávamos, pelo menos no plano coletivo, social e que, como sabemos é imprescindível para o nosso bem estar, fomos pegos de surpresa por uma onda devastadora de acontecimentos de natureza trágica ocorridos até aqui e que tem chocado a todos, ou pelo menos aqueles que se sensibilizam com a dor dos outros, cientes de que a dor desses, de algum modo também é nossa.
E, para além do sentimento de tristeza e também de indignação, tendo em vista que como sabemos, por trás de todos os episódios de desencarne coletivo estavam a mão do homem, a sua ganância e o egoísmo como causa maior, esses acontecimentos nos fizeram pensar, refletir de maneira mais profunda acerca de dois traços marcantes de nossas vidas por aqui neste mundo transitório que são ele: a imprevisibilidade e a brevidade. Nenhum de nós humanos tem a ciência do que poderá nos acontecer não apenas em cada ano novo que se inicia, mas em cada novo dia que nos é permitido por aqui. Do mesmo modo que não fazemos a mínima ideia do tempo de vida que nos resta aqui, que poderá ser de algumas décadas, anos, meses, dias ou até mesmo horas, instantes. E é interessante observar que, mesmo sendo ciente dessa verdade, a grande maioria das pessoas continua vivendo como se nunca fosse morrer e o pior ainda, morre como se nunca houvesse vivido!.
E isso no impele a refletirmos sobre o padrão de vida que temos vivenciado por aqui. Sobre até que ponto temo vivido de maneira plena ou, do contrário, de forma superficial, medíocre. O brilhante escritor e dramaturgo inglês Oscar Wilde disse certa vez que “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. E essa, sem sombra de dúvidas, tem sido uma das piores experiências de vida. Há uma frase atribuída a Mahatma Gandhi que diz: “Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre”. Eis aqui uma sábia orientação que, se talvez fosse devidamente assimilada e vivenciada por todos, ajudaria muito a mudarem o rumo da história de suas vidas. E assim, vivermos de maneira muito mais plena. Sem nos esquecermos de que, para tanto, necessário mesmo se faz, estarmos em comunhão efetiva com o mundo maior, nos esforçando para vivermos de acordo com os princípios e valores espirituais e imutáveis de que o Espiritismo, respaldado no Evangelho de Cristo, nos apresenta em detalhes, nos convidando para uma vida que vale a pena ser vivida!