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Brincando de Ser Deus

11 de Outubro de 2018 às 13h30

Acho impressionante quando vejo cristãos, sejam eles, espíritas, católicos ou protestantes, querendo brincar de ser Deus. Jesus já havia dito: “perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, mas talvez seja uma das marcas de minhas imperfeições, a revolta e a indignação.  


Cerca de dois mil anos se passaram e ainda não sabem o que estão fazendo, apesar da história ser enfática ao mostrar os erros cometidos pela humanidade. A Terra é uma escola com muitas classes e diferentes graus evolutivos entre espíritos, o que proporciona um clima de discordância tremendo.  


Mas, como a santa inquisição, em nome de Deus, homens e mulheres montaram seu grande tribunal e agora, século XXI, querem decidir nosso futuro, até mesmo a hora de nossa morte.


Assassínios do livre-arbítrio, a Santa Inquisição Brasileira foi instaurada para o capricho de minorias que se divertem brincando de ser Deus. De certo tais seres, que proclamam o nome de Jesus em vão, não conseguiram compreender absolutamente nada do que o Cristo falou.


Quase que um xeque-mate, sinto acuado pelo exército de peões que o frágil rei criou. No Xadrez é assim meus caros, os peões vão sempre primeiro. E um a um, irmãos dentro do mesmo tabuleiro vão se digladiando até que sobre aqueles reis inertes ante o caos instaurado no jogo.


Esses reis esquecem, porém, que após a partida, todos estão mortos e o tabuleiro se encontra vazio. Não há nem sequer um  peão para governar. Todos se foram na batalha.


É neste momento que paro e reflito sobre os ensinamentos de Cristo e da Doutrina dos Espíritos. O Caos faz parte do jogo, assim como a aflição. Talvez um dia causei em outros a aflição que sinto hoje, ou não. Mas pelo menos é no caos que podemos conhecer como as pessoas realmente são e se estão do lado da batalha ou do lado que busca restaurar a paz.


Após eu perguntar se eu poderia morrer nessa batalha, um fiel amigo que disse:


“Não sei, pode até ser que morra, mas sempre haverá vida e outro lado para se existir”


Não podemos nos deixar ser tomados pelo medo daqueles que ressuscitam um Deus punitivo e os tribunais da inquisição. Somos liberdade, somos fé, somos resistência, e principalmente, somos imortais em espírito e pensamento, portanto jamais deixaremos de existir.


Àqueles que forem mortos pela inquisição merecem prece e a certeza que suas ideia vivem, hoje e sempre.


Deixo aqui minhas orações ao mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê. Que os bons espíritos o recebam com a paz e o amor de Jesus e que seu coração esteja livre dos sentimentos de ódio e vingança.