De acordo com a lei temporal, em especial o Estatuto da Criança e do Adolescente, a regulamentação da entrada e permanência de criança e adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em bailes ou promoções dançantes, bem como sua participação em espetáculos públicos e seus ensaios, compete à autoridade judiciária (art.149, do Estatuto da Criança e do Adolescente).
As Leis Divinas, que são eternas e imutáveis, estão escritas em nossas consciências, segundo nos ensina O Livro dos Espíritos, convidam-nos, invariavelmente, à prática do bem, do bom e do belo.
Da análise conjugada das duas leis, a temporal mutável e a Divina imutável, podemos encontrar parâmetros para decidir, o que é lícito e nos convém. Assim, não se trata de proibir ou permitir que as crianças, adolescentes ou mesmo os adultos frequentem as festividades de carnaval, que não encontram proibição na lei temporal, mas limitações em decorrência de critério etário. Mas de decidir, de acordo com as Leis Divinas, se a participação nestes eventos nos convém.
Do Circo Máximo, em Roma, passando pelas Saturnais, os bailes de máscaras em Veneza, até o nascimento da expressão latina “a carne nada vale”, cuja primeira sílaba de cada palavra, forma CARNAVAL, deram-se várias formas de comemoração, com um ponto em comum, qual seja, a extravagância.
No entanto, não é o Carnaval em si que traz consequências negativas, é o comportamento do indivíduo no Carnaval que pode prejudicá-lo, sobretudo em virtude do clima moral e psíquico que existe nesse período, que favorece o comportamento alucinado e a perda do autocontrole (FRANCO, Divaldo Pereira; LOPES, Luiz Fernando (org.). Sexo e Consciência. Salvador: Livraria Espírita Alvorada, 2013, p.395/396).
E na hipótese dos adolescentes insistirem em participar de alguma festa, os pais devem ser firmes no seu dever consciencial de colaboração com Deus para a formação do caráter dos filhos, orientando-os com base nas Leis Divinas para persuadi-los a viverem aquilo que é lícito e convém.
No caso de filhos adultos, que já vivem às próprias custas, cabe aos pais sugerir a eles que evitem tais ambientes pelos motivos refletidos.
A educação dos filhos, como ensina Divaldo não deve ser repressiva, mas orientadora, firme e vigilante (op.cit.,p.397). Os pais, como educadores morais, devem fazer tudo que é possível para evitar que seus filhos sucumbam às armadilhas do sexo precoce e da utilização de drogas lícitas ou ilícitas. Para isso é necessário que eles se deem ao trabalho desafiador de educarem os seus filhos para a prática das virtudes.
E para isso é necessário que os pais também se eduquem e vivenciem o Evangelho de Jesus, para que o carnaval possa se transformar em momento de diversão com responsabilidade e amor, ao próprio corpo que nos foi dado por empréstimo, com a finalidade da evolução do Espírito Imortal, em mais uma etapa reencarnatória.