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Filme de Allan Kardec estreia dia 16 de maio nos cinemas

Leonardo Medeiros diz que viver Allan Kardec em filme foi incentivo para virar vegano. No espiritismo, consumo da carne é questionado. Filmagens aconteceram em locações no Rio de Janeiro que recriaram universo parisiense.
18 de Março de 2019 às 12h25

Cético até os 50 anos e registrado com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, Allan Kardec tem parte de sua história pouco conhecida. Uma trajetória com contradições, crise de fé, conversão e descobertas a serem mostradas em "Kardec", filme que chega aos cinemas em 16 de maio de 2019.

Com direção de Wagner de Assis, a produção é baseada no livro "Kardec - A biografia", de Marcel Souto Maior. A obra acompanha a vida do francês desde o período em que atuava como educador até o momento em que se torna o "pai do espiritismo".

Mudança de hábito
No longa, Kardec é interpretado pelo ator Leonardo Medeiros. Dar vida ao estudioso que codificou a doutrina espírita fez Leonardo colocar em prática algumas transformações pessoais, coisas que ele já pensava em mudar, entre elas a alimentação. Virou vegano.

No espiritismo, o consumo da carne como alimentação é questionado.

"O filme me deu um empurrão e acabei virando vegano. A parte da fenomenologia não é muito a minha praia, mas a parte dos preceitos dessa doutrina é muito legal, poucas religiões trazem esse conforto", acredita o ator.

Reflexões
Falar de Kardec fez nascer no diretor de "Nosso Lar" e "A Menina Índigo" (sucessos do cinema que misturam religiosidade e boas bilheterias) a vontade de mostrar para o público que "o conhecimento pode salvar as pessoas". "O personagem tem essas coisas boas que nos trazem reflexões, porque se trata de uma trajetória humana".

"Ele reformou o ensino básico, um homem de razão e ciência, que aceitou mudar de nome, aos 50 anos, para dar voz a uma coisa que ele descobriu com a ciência, depois de pesquisar muito", explica Wagner.

Uma produção 'universal'
Apesar de ter uma temática espírita, não se trata de uma produção sobre o espiritismo. "É um filme sobre investigação, sobre métodos, sobre racionalizar coisas que até então não poderiam ser racionalizadas", resume o diretor.

"Nosso filme é absolutamente universal. Não é um filme espírita, porque não acredito no gênero espiritismo, como temos o drama, a comédia. Combato esse rótulo porque espiritismo é uma doutrina, pode ser qualquer coisa, menos um gênero cinematográfico".

Filmagens no RJ e em Paris
Parte das filmagens foi feita em Paris, em maio, agora as cenas estão sendo rodadas, no Rio de Janeiro, em locações que recriam o ambiente parisiense do século 19.

O Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio, virou a Academia de Ciências de Paris. Cenas serão rodadas também em outros lugares com arquitetura semelhante à francesa:

Centro Cultural da Justiça Eleitoral
Theatro Municipal
Teatro Municipal de Niterói
Fortaleza de Santa Cruz
Instituto de Filosofia e Ciência Social
Rua do Rosário
"Em Paris, dei graças a Deus de ter 40 anos de carreira. Filmar em outro país é complicado, tem a questão da urgência. As pessoas acham que tem glamour, mas não tem. É uma ralação danada, troquei de roupa umas 20 vezes ao dia", conta Leonardo.

Os sets montados em Paris foram o grande desafio do diretor. "Conseguir fazer um filme de época, em uma época que não existe mais nem em Paris foi uma experiência desafiadora. Nos anos em Kardec viveu os prédios eram velhos, tinha esgoto nas ruas, muito diferente. O universo desse filme é complexo, fora todo o contexto de interpretação", avalia Wagner.

G1