O expositor falou sobre a importância de evitarmos as experiências que nos envergonham
Não há regras ou receitas para a felicidade, sobretudo porque cada ser humano é único e em assim sendo não apreende a felicidade da mesma forma, mas há princípios norteadores. Um desses princípios fundamentais é o de que a felicidade é algo que se compartilha. Foi o que destacou o expositor espírita Haroldo Dutra, durante palestra de lançamento do 44º Miep, na noite do último sábado, 25 de junho.
A palestra, cujo assunto adiantou o tema do Miep 2016, versou sobre o Sermão do Monte - Caminho para a felicidade. Haroldo deixou claro de início, que a proposta da noite era falar sobre um felicidade para além da satisfação dos sentidos físicos, sem negar a sua importância quando experimentados com ética. Em sua primeira referência para o discurso sobre felicidade o expositor buscou Emmanuel, em Palavras de Vida Eterna, por meio de um texto sobre diferença entre viver e existir, definindo vida como experiência digna de imortalidade. " Escolha as suas experiências. Escolha aquelas que vão viver pra sempre com você e evite aquelas que vão te envergonhar", orientou.
Citando o filme Encontro Marcado, Haroldo Dutra comparou vida aquelas fotos que o indivíduo registra e quer guardar para sempre. "Jesus disse: eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância", relembrou.
Alguns dos entraves para a conquista dessa vida em abundância está na ausência da vivência de uma espiritualidade cotidiana. "É impossível falar em uma espiritualidade legítima se não trouxermos a espiritualidade para o cotidiano. O Cristo que marcou a humanidade é o Cristo do cotidiano", considerou. E alertou: "Se sua espiritualidade está apenas no seu intelecto você terá alguns problemas sérios".
Outro problema para encontrar o caminho da felicidade é a desfragmentação experimentada pelas pessoas no mundo contemporâneo. " Temos pessoas diversas vivendo no mesmo corpo, parece até incorporação. Mas, nossa busca é de unidade porque Deus é integração", definiu.
Desfragmentados nos desconectamos do todo e dificilmente seremos comprometidos com um propósito de vida, o que nos distância do caminho da felicidade. "Quem tem propósito na vida é uma pessoa feliz. Pessoas que tem propósito encontram felicidade no cotidiano", afirmou o expositor.
Outro ponto fundamental apresentado por Haroldo Dutra na relação entre felicidade e propósito de vida foi o espaço reservado para Deus dentro desse projeto. "Deus precisa de brechas para agir. Ter um propósito não significa fazer tudo. É da essencia do Criador ser bom. Deixa Ele agir. Às vezes Ele cria caminhos inesperados", alertou.
Nesse sentido, Haroldo ainda lembrou que todos nós somos 100% dependentes da contribuição dos outros. O isolamento não é da nossa essência. "Somos representação daquilo que foi compartilhado. O conceito fundamental é compartilhar. Essa é a palavra de ordem do Evangelho", frisou.
Por fim, o expositor também incluiu no caminho para a felicidade o princípio do equilíbrio, lembrando que cada imperfeição alimentada pelo indivíduo é geradora de uma infelicidade a ela vinculada. "Se as imperfeições são características distorcidas em nós, então precisam ser trabalhadas na direção e intensidade.", aconselhou.
É preciso, então, buscar as virtudes para proteger a própria existência. Haroldo lembrou que as Leis de Deus favorecem quem tem respeito e age para o progresso e para o bem de todos. "Em toda parte a natureza pede o apoio divino e recomenda o esforço humano. A criação pode ser comparada a uma imensa propriedade do Criador. Temos que abrir espaço para Ele agir na nossa vida, mas não podemos abrir mão do espaço que Ele nos reservou. Deus também quer algumas coisas de mim e de você. Ele age por nós, conosco e por nosso intermédio. Deus é o nosso maior vizinho. Deus é o outro", finalizou.