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Por que a espiritualidade é importante na educação dos filhos

Princípios e valores provenientes da espiritualidade contribuem para a formação do caráter e se refletem na vida adulta
04 de Dezembro de 2019 às 10h50

A educação dos filhos passa por diversas fases e inclui o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual. Apesar deste último ser desconsiderado por muitos pais, ele é tão importante quanto os outros aspectos do desenvolvimento infantil.

Segundo Wesley Cardoso Teixeira, bacharel em teologia e pastor da Pastoral Escolar do Colégio Metodista de São Bernardo, da rede Educação Metodista, a religião é importante para a criança porque possui valores e princípios que auxiliam no seu desenvolvimento integral e no exercício da cidadania. “O papel da espiritualidade e da religião na infância está relacionado ao entendimento de que há um sentido de existir que ultrapassa a materialidade e que existe uma conexão profunda de cada indivíduo com todo o universo. Para os cristãos, o sentido do viver se encontra em Deus”, afirma.

Para Teixeira, a fé em Deus e o amor ao próximo fazem parte dos principais ensinamentos que geram frutos na vida adulta como reverência a Deus, respeito aos semelhantes e cuidado com a natureza. Além de promover empatia, compaixão e solidariedade, contribui para a formação do caráter. “As crianças que aprendem e vivenciam os princípios religiosos, formam e desenvolvem seu caráter baseado nos valores religiosos que farão parte da vida”, salienta.

Experimentar Deus
O professor de filosofia do TECPUC André Barreto destaca que a educação religiosa ajuda o indivíduo a entender como nos comunicamos com Deus. A palavra religião tem origem latina e significa “religare”, reconectar. Por isso, quando a religião e a espiritualidade exercem um papel positivo na infância é possível saber como encontrar a Deus e quais caminhos buscar. Os ensinamentos recebidos nesta fase, seja por meio de exemplos ou situações vividas, influenciam a vida adulta.

Barreto observa que a responsabilidade de promover a educação como um todo não é apenas dos pais ou professores, mas um dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar este direito, como prevê o 4º artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O professor considera que não se pode controlar o que os outros sentem e, ao citar Epiteto, ressalta que “há coisas que dependem de nós e coisas que não dependem. Das que dependem, devemos fazer o nosso melhor e das que não dependem, não devemos nos ocupar, pois não podemos mudá-las. Mais importante que incentivar esta ou aquela religião, é proporcionar com respeito e amor a oportunidade que a criança possa experimentar Deus, caso queira”.

A palavra convence, mas o exemplo arrasta
Mais do que falar sobre os princípios nos quais se acreditam, os pais devem ser o exemplo principal para os filhos. O pastor Teixeira acredita que são as atitudes de cada familiar que vão motivar a criança a seguir uma religião. “O envolvimento da família na religião é o melhor caminho para a criança ter fé. Quando a família conta histórias, canta, estimula a criança a conhecer a religião e a leva para a igreja, por exemplo, esta participação marca profundamente a sua vida”, pontua.

Teixeira acrescenta que outra forma eficaz de ensinar as crianças a ter fé em Deus é utilizar as mensagens das histórias bíblicas como exemplos. Elas se identificam com os personagens e aprendem com eles. Moisés, por exemplo, ensina sobre chamado, vocação, obediência e persistência. A coragem de Davi ao derrotar o gigante Golias mostra como Deus pode capacitar as pessoas para cumprir seu propósito e a história de Salomão ensina sobre justiça. Gazeta do Povo