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Kardec morreu? por Antonio Cesar Perri de Carvalho

13 de Abril de 2017 às 11h45

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, desencarnou no dia 31 de março de 1869, em Paris. A efeméride é sempre – e merecidamente – recordada. Mas, na prática, as obras e propostas de Kardec estariam vivas? Em abril, transcorrem os 160 anos do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, a primeira obra básica, e outros aniversários marcantes, como de fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritos, o primeiro centro espírita do mundo; lançamento da “Revista Espírita” e de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, outra das cinco obras básicas.

Torna-se oportuna a seguinte análise: na instituição espírita a que estamos vinculados e em nosso âmbito de atuação, como se encontram as obras e o pensamento do codificador Allan Kardec? Estão com a pulsante vitalidade, bem vivos? Como parâmetro para verificação, recordamos pequenos trechos dos livros principais de Kardec. De “O Livro dos Espíritos”: “A verdadeira adoração é a do coração. Deus prefere aqueles que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, àqueles que creem honrá-lo por meio de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes”.

De “O Livro dos Médiuns”: “Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade”. De “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram”.

De “O Céu e o Inferno”: “Para que cada qual trabalhe na sua purificação, reprima as más tendências e domine as paixões; preciso se faz que abdique das vantagens imediatas em prol do futuro, visto como, para identificar-se com a vida espiritual, encaminhando para ela todas as aspirações e preferindo-a à vida terrena; não basta crer, mas compreender”.

De “A Gênese”: “Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem”. Da “Revista Espírita”: “O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas”. Oportuna a recomendação de Bezerra de Menezes, pela psicografia de Chico Xavier: “Allan Kardec, seja a nossa bandeira”. Folha da Região