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Ivanildo Fernandes fala sobre o MIEP ao Espírita Online

20 de Fevereiro de 2017 às 08h50

A equipe do portal Espírita Online, promoveu uma entrevista nesta última quarta-feira (15), com Ivanildo Fernandes, presidente da AME (Associação Municipal Espirita) e diretor geral do evento MIEP (Movimento de Integração Espírita na Paraíba), que será realizado nos próximos dias 25 a 28 de fevereiro no Centro de Convenções do Garden Hotel.

Ivanildo atendeu carinhosamente nossa equipe para responder algumas perguntas de avaliação geral do evento e falar sobre as novidades que o evento trará em 2017. Confira a Entrevista:

Espirita Online - Ivanildo, o MIEP chega na sua 44ª edição. Qual avaliação você faz do evento no tempo transcorrido até aqui?

Ivanildo Fernandes - É sempre uma avaliação positiva, ver o crescimento do evento tanto em estrutura quanto em reconhecimento. Vemos que o MIEP aumentou o público antes regionalizado, e hoje, encontramos inscrições bem diversificadas como do Rio de Janeiro, Paraná e do Pará por exemplo. Além disso, vemos que o MIEP tem um bom respaldo espiritual por esses 44 anos, então acredito que o sucesso nesse ano vai ser bom, a receptividade está muito boa. O Hotel Garden está lotado, o que demonstra que a aceitação foi boa, a mudança foi positiva [se refere a mudança de local do evento]. Claro, que esse ano vamos ter alguns problemas de ajustar a programação por não conhecer bem o ambiente, mas é normal, tudo tranquilo.

Espirita Online – Recentemente, o nome do evento foi modificado de Movimento de Integração do Espírita Paraibano, para Movimento de Integração Espírita na Paraíba. Por qual razão ocorreu essa mudança?

Ivanildo Fernandes - Algumas pessoas apresentaram sugestões na comissão há uns três ou quatro anos atrás e ficou de se avaliar a possibilidade da mudança de nome, por que entendendo que Movimento de Integração do Espírita Paraibano era restrito, como o MIEP tinha assumido essa conotação mais regional, e hoje sendo mais abrangente, a comissão que organiza o MIEP – que é feita pelos representantes das casas espíritas de Campina Grande, é uma representação aberta para todas as casas. A quem tiver interesse de participar dessa comissão ela está aberta onde nós trabalhamos o ano todo; então apresentou-se uma proposta na qual passamos um tempo avaliando e chegamos a esta conclusão que hoje de fato o MIEP deixou de ser um grupo estadual para ser regionalizado, hoje é do Brasil.

Espirita Online - Quais as maiores dificuldades enfrentadas para a realização de um evento desse porte?

Ivanildo Fernandes - A maior dificuldade hoje, eu acredito que seja “arrebanhar” trabalhadores, por que o evento não possui cunho de objetivo financeiro, mas de certa forma tem um impacto financeiro para todo mundo, e mais a dificuldade financeira que todo mundo enfrenta hoje no Brasil. Temos que estar com as contas na ponta do lápis. Do mesmo jeito o evento, temos que segurar as contas, para manter dentro do que programamos e planejamos como orçamento. E assim, a compreensão dos espíritas que ainda falta. As pessoas estão envolvidas naquele conceito de que “eu estou trabalhando de graça, então não vou pagar”, quer dizer, o voluntariado ainda não entrou na cabeça das pessoas. A inscrição do evento é para custear o evento, por que é aquela coisa, “quem acredita numa ideia tem que custear essa ideia”. O espírita pela consciência que tem, ele deve trabalhar e deve se desdobrar como diz no livro dos espíritos, “o limite do trabalho é o limite de nossas forças”, se o MIEP hoje não exigisse a inscrição, hoje nós teríamos uma gama de gente querendo trabalhar no MIEP para não ter que pagá-la, mas também em compensação em cooperação não se envolve, é aquela faca de dois gumes, se abrimos para deixar todo mundo de graça enche de trabalhadores, mas na hora H muitos não se engajam. Já tivemos essa experiência anos atrás, quando o cara está “trabalhando”, mas na hora H veste a camisa e senta no auditório com serviço a fazer. Eu trabalho, faço inscrição, quer dizer que, nos desprendemos tanto do lado financeiro quanto o lado do apego do trabalho. O espírita tem que compreender isso, qual o sentido real do trabalho para a casa espírita, quando eu me dou de colaborador do trabalho, tenho que entender a razão do trabalho, então, temos que estudar lá no Livro dos Espíritos e ver qual o sentido dele e o benefício que ele nos traz.

Eu acho que se nos programarmos melhor. Eu sempre uso o exemplo daqui (AME) D. Maria Pequena, Maria pequena é diarista. Vive de diária. Na quarta, ela passa o dia trabalhando aqui como diarista e pagamos a ela. No sábado ela faz o serviço voluntário. No MIEP, ela é uma das primeiras pessoas a fazer a inscrição e quantos anos Maria fez, trabalhando na limpeza do MIEP e ela pagava a inscrição. Três, quatro anos seguidos, ela chegava pra mim e dizia: “Ivanildo eu já vou lhe dar o dinheiro da minha inscrição do MIEP”. O que falta é uma disciplina, uma vontade firme de participar, por isso não vejo dificuldade. Claro que tem aquelas pessoas que efetivamente passam por um problema que não estão em condições financeiras de custear a inscrição, mas o que a gente fez esse ano? Fizemos campanha desde junho para que as pessoas colaborassem, arrecadando fundos e fazendo as suas inscrições (mas que não se envolviam), e são essas pessoas que agora chegam reclamando que a inscrição está cara pelo fato de que estão desempregados e nós sabemos que na vida nada é de graça, tudo tem esforço, tem dedicação.

Espirita Online - O evento será realizado pela primeira vez no Centro de Convenções Raimundo Asfora. O que levou a direção do evento à escolha deste local?

Ivanildo Fernandes - Houve uma reclamação muito grande nos últimos anos, sobre essas questões. Anteriormente, o MIEP ocorria na SEDE (Sociedade de Estudo e Educação Espírita), no bairro do Catolé, onde nós recebíamos muitas reclamações de que o local estava ficando apertado, agoniado, quente, com muita dificuldade da realização do evento. O custo muito alto em função da manutenção dos concertos que a gente tinha que fazer no prédio, então, fomos para o Colégio Estadual da Prata. A Prata nos possibilitou uma amplitude maior de espaço, mas nesses dois anos que realizamos no Colégio da Prata também tivemos muitas reclamações com a questão de acessibilidade. Eram muitas escadas para os idosos e deficientes físicos, a distância que era muito grande e o conforto. Fazia muito calor e o ginásio atrapalhava muito o som, dentre muitas coisas... Então, nós percebemos que os custos operacionais do MIEP, comparados em 2015, 2016 e projeção para 2017 seria o equivalente ao custo da realização no Hotel Garden. Porque? Por que nós reduzimos os custos com aluguel de palco, aluguel de cadeira, de som e muitas coisas necessárias para o local; assim os custos ficaram equiparados aos dos anos anteriores. Para se ter uma ideia, em 2016 o MIEP custou em média 86.000 (oitenta e seis mil reais), então, a projeção desse ano não passa disso. Vamos melhorar a imagem da transmissão, qualidade do som, o conforto, acessibilidade, melhorando em vários aspectos e o mais importante: vamos diminuir o trabalho braçal e investir mais no trabalho espiritual, no trabalho de acolhimento do pessoal, no atendimento... nós apostamos nisso, por isso fizemos essa escolha (que não foi por vaidade, não por que é no Garden, não.) Nós estamos procurando caminhos, estamos estudamos várias possibilidades e que já fazem cinco anos que analisamos isso. Possibilidades de onde fazer e como poder realizar melhor o MIEP. Daqui a pouco nem o Garden vai comportar mais o evento.

Espirita Online - O evento disponibilizará transporte até o centro de convenções?

Ivanildo Fernandes – Não. Nós fizemos uma parceria com o Hotel Garden na qual tivemos um preço especial para a hospedagem dos inscritos no evento e fizemos também uma parceria com o Hotel Iguatemi; fizemos também uma parceria com dois restaurantes no Shopping Partage e no Extra, que conta com o apoio do restaurante Divino Fogão e o Giraffas. Então, as pessoas que estiverem inscritas poderão fazer suas refeições nesses locais com a tarifa “mais reduzida”. Em contra partida as pessoas que estão inscritas no MIEP e que não estão no Garden nem no Hotel Iguatemi, e querem vir para estes locais fazerem suas refeições, estará sendo disponibilizado um ônibus que vai sair do Garden para o Partage nos horários de intervalo de almoço e jantar, de forma que vamos ficar fazendo esse translado apenas voltados para essa questão.

Espírita Online - E os alojamentos, continuam?

Ivanildo Fernandes - Suspendemos os alojamentos por termos descontos de diárias nesses hotéis (Garden e Iguatemi), assim como tem muita gente hospedada no Hotel Vitória por ele oferecer um preço já mais em conta. Nós procuramos caminhos.

Espírita Online - O que levou a organização do evento à escolha do tema do 44º MIEP: “O Sermão do Monte: caminho para a felicidade”?

Ivanildo Fernandes - Nós meditamos muito, mais de um ano para definir o tema do MIEP. Porque Sermão do Monte? Diante da dificuldade que a gente via que o país estava passando, esse momento político, de desconfiança, de crise econômica, de instabilidade, de violência, que tema poderíamos meditar que trouxesse para a comunidade que frequenta o MIEP? Essa reflexão tanto do ponto de vista de esclarecimento, quanto de consolação. Então, foram apresentadas várias propostas, estudamos várias, selecionamos algumas, chegamos a trabalhar, depois vimos que, o que mais retrata todas essas ideias apresentadas é o Sermão do Monte. O Sermão do Monte retrata uma síntese do ensino moral e da lei de amor que o Cristo nos trouxe. Nada melhor que entendê-lo. Não achar que é aquela mensagem que a gente vai acreditar para o futuro e que nunca chega, aquele futuro distante demais, não. Tanto que é “Sermão do Monte: Caminho para a Felicidade”, O Sermão do Monte é uma metodologia, é um roteiro de ensinamento espiritual que o Cristo nos deixou, de como encontrarmos a felicidade. Seja brando, seja pacifico, seja humilde que você vai encontrar a felicidade agora, nesse caminhar.

Espirita Online - Para além da divulgação dos postulados da doutrina espírita, o evento tem como objetivo maior promover uma maior integração da comunidade espírita paraibana. Na sua avaliação, isso tem ocorrido com êxito?

Ivanildo Fernandes - Eu acho que sim. Temos visto que o público do MIEP a cada ano participa e se apaixona mais pelo evento, ficando encantados. Mas eu acredito que, o MIEP tem feito o trabalho de integração tanto entre as casas de Campina Grande, quanto do ponto de vista de ter aproximado Campina Grande das outras cidades. O MIEP possui esse foco durante esse período do carnaval e tem sido um espelho durante os últimos anos como um movimento de referência, um movimento espírita. Muitos me dizem “Ivanildo vou pra tal evento e pra tal lugar, mas o MIEP é diferente”, tem um diferencial que faz as pessoas chegarem e sentirem a psicosfera espiritual mudada. Eu acredito que a espiritualidade tem respaldado esse trabalho do MIEP, tanto é que a sua longevidade demonstra isso, porque não é um evento meu nem seu, é um evento do Cristo, dentro do projeto do Cristo. Campina Grande tem esse projeto espiritual e o MIEP entra como esse foco de luz, ponto de regaste de colônias espirituais. Tanto que nós recebemos comunicações mediúnicas e que nos demonstraram que o MIEP está sendo hoje levado espiritualmente para outros locais. Certa vez nas programações espirituais do MIEP, tivemos um testemunho nas nossas reuniões mediúnicas dizendo que “o MIEP está sendo preparado, já estão sendo instalados equipamentos para transmitir há algumas colônias espirituais”. Veja a grandiosidade disso! E quando o médium nos relatou este acontecimento, para mim não foi novidade, por que basta ler o livro “Memórias de Um Suicida”. Imagine no mundo espiritual nas zonas menos felizes, onde seja recobrado O Sermão do Monte, com aquela energia, com aquela vibração do Cristo quando ele esteve lá, repassando isso no mundo espiritual. Imagine uma grande televisão, um grande telão nas zonas umbralinas. Eu fico vislumbrado e pensando “meu Deus do céu”, porque é você sentir. Veja que no livro “Memórias de Um Suicida” retrata isso, quando Jesus convida Anibal de Cilas e diz: “Aníbal, tu que fosses a milênios preparado por mim, vai em auxilio de minha mãe, no cuidado dos meu irmãos menos felizes”. Esses são os suicidas. Em outra passagem, retrata no livro que Aníbal de Cilas, no qual se usa no mundo espiritual tecnologias de um capacete que projetava as energias e vibrações, onde até os ventos que moviam as árvores para aquelas pessoas que estavam assistindo a palestra sentissem o mesmo que você através das suas emoções. E ele diz algo assim: “A partir de agora não só eu vivenciei com Cristo, mas todos vocês que estão assistindo”. Imagina isso no mundo espiritual? Eu imagino nós aqui trabalhando no mundo físico, mas no mundo espiritual uma grande construção de uma magnitude dos espíritos, trabalhando e reproduzindo aquele momento tão grandioso que foi o Sermão do Monte. Reproduzindo para passar essa energia para os nossos irmãos menos felizes. Acho que nesse sentido, o MIEP tem feito sim o seu papel, tem cumprido o papel, e a gente só tem a agradecer a Deus, agradecer ao Mestre Jesus e a espiritualidade que o acompanha pela oportunidade do trabalho, uma vez que nós aprendemos muito com o MIEP e eu cresci muito com o MIEP. O MIEP sim, está cumprindo o papel. A gente é que fraqueja.

Equipe de Redação