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Dedicado ao espiritismo, criou museu pioneiro em SP

24 de Setembro de 2018 às 08h25

Com uma forte atuação no espiritismo, o advogado Paulo Toledo Machado costumava dizer que trazia a religião do berço. Nascido em Itapira, no interior de São Paulo, era filho de um casal praticante da doutrina. O pai, Américo Bairral, que hoje dá nome a um dos maiores hospitais psiquiátricos espíritas da América Latina, foi também o seu fundador.

Bairral morreu jovem, quando o filho tinha oito anos. Apesar da pouca convivência, foi dele que Paulo herdou a disposição em agir por ideais.

Radicado na Lapa com a mãe e seis irmãos, foi no mesmo bairro que conheceu a mulher que seria sua companheira por 65 anos, Elza Mazzonetto Machado. Com a mesma profissão e crença, atuaram juntos em muitos projetos.

Uma das grandes contribuições do casal foi a criação do Museu e Biblioteca Espírita de São Paulo, o primeiro do gênero do mundo. “O Paulo era um grande idealista espírita e incentivador do estudo sistematizado”, afirmou o amigo Oceano Vieira de Melo.


Prestativo, atuou num lar de crianças por vários anos e chegou a acompanhar e ajudar um grupo até a fase adulta.

Para o filho, também Paulo, o pai tinha duas marcas fortes: era muito afetivo e, ao mesmo tempo, muito exigente.

“O jeito firme e organizado o ajudou a exercer liderança no espiritismo e também no direito, no qual foi sempre muito ativo e chegou a presidir uma associação de advogados”, disse.

Corintiano, ele gostava de ler, conversar e receber os amigos em casa. Colecionava objetos e livros —doou seu acervo de publicações sobre espiritismo para o museu paulista. Um de seus últimos desejos era ver a criação de uma universidade espírita.

Morreu no dia 14 de setembro, aos 94 anos, por complicações de uma pneumonia. Deixa dois filhos e seis netos.

Folha de São Paulo