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Consolo nas cartas de quem já partiu

Médium Hamilton Junior mobiliza grandes públicos em busca de conforto
22 de Janeiro de 2018 às 09h22

Cruzeiro do Sul - Cerca de 500 pessoas lotaram o Pavilhão Comunitário da Vila Célia, em Cruzeiro do Sul. Elas foram em busca de consolo na reunião pública de psicografia, liderada pelo médium paraibano Hamilton Junior. Esta foi a quinta vez que o espírita, de 21 anos, esteve na cidade. 

A motivação dos participantes destas reuniões é a mesma: buscar consolo. Foi isso que fez um grupo de 24 pessoas, participantes do Grupo Amor e Caridade, da região metropolitana, a vir até o município. Neida dos Santos, fez parte da caravana. Moradora de Cachoeirinha, já acompanha o trabalho de Hamilton há algum tempo. "Nosso grupo trouxe ele ao Rio Grande do Sul a primeira vez. No domingo ele estará em Cachoeirinha e temos a expectativa de receber mil pessoas", descreve. Há oito anos, a filha de Neida, então com 19 anos, foi assassinada. "Trinta dias depois eu comecei a participar da doutrina espírita. Eu já recebi uma carta dela, através dele, em que tinha detalhes da nossa família que não tinha como ele saber", relata. "Isto traz um conforto pra gente", afirma.


Viagem exclusiva

A reunião de ontem foi um momento especial para Venilde de Oliveira e Antônio de Oliveira. Eles vieram de Imbé, no litoral norte, apenas para a reunião. "Foi a segunda vez que viemos a Cruzeiro do Sul. A primeira foi em outubro, na outra passagem do Hamilton por aqui", conta a mulher. E a viagem não foi em vão. Depois de cinco anos da morte do filho caçula, André Edmilson de Oliveira, eles receberam a primeira carta dele. "É uma sensação muito gratificante receber esta carta. É a primeira vez que o André se manifesta para nós. Valeu muito a pena ter vindo para receber esta bênção", revela.



O médium

Hamilton Júnior tem 21 anos e é natural de João Pessoa, Paraíba. Criado em uma família evangélica, é formado em Teologia e iniciou mestrado em Filosofia. Atualmente cursa Psicologia. Apesar da criação em outra doutrina, sentiu o chamado da mediunidade. "É uma convocação divina. Não depende de mim. Este é um dom natural e realiza um trabalho muito bonito de trazer consolo e conforto para corações saudosos", explica. 

Em abril de 2016 começou a psicografar cartas. "Já era médium e estava no centro espírita quando tive vontade de escrever a carta", lembra. Hoje, viaja pelo país com as reuniões públicas. "É um trabalho gratuito. Pedimos que as pessoas doem um quilo de alimento na entrada. As doações são devolvidas para famílias das próprias comunidades onde participamos", relata. "Também pedimos doações espontâneas, que ajudam a manter o trabalho. Algumas pessoas questionam do que eu vivo e explico que recebo uma pensão enquanto estudo e é isso que me mantém. Meu trabalho com as cartas é gratuito para quem participa", frisa.


Resumo do encontro

A reunião começou com uma oração do Pai Nosso. Em seguida, Hamilton fez três pedidos ao público: celulares desligados, silêncio e respeito. "Há pessoas de várias religiões, mas isso não quer dizer nada. O que importa é o amor", destaca. Em seguida, o médium explicou para o público o funcionamento da reunião. "Recebo as cartas de forma espontânea. Sinto a energia do lugar. Posso receber muitas mensagens, poucas, ou nenhuma", comentou. "Se pudesse, faria para todos. Mas não depende de mim. Chico Xavier costumava dizer que no espiritismo, o telefone toca de lá para cá. Faço o que a espiritualidade permite. Nosso desafio, nessas reuniões, é ficarmos felizes por quem vai receber a carta", completou. 

No encontro de ontem, ele psicografou quatro cartas. "Senti que tinha mais espíritos querendo se manifestar, mas fiquei com muita dor de cabeça e não consegui me concentrar para escrever", avisou ao público. Depois, chamou os familiares daqueles que enviaram as mensagens e leu os recados para a audiência. Ao final da reunião, fez um novo momento de oração e desejou paz e esperança para todos.

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