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O aborto e suas implicações espirituais

16 de Dezembro de 2016 às 14h05

Existem alguns temas que, em essência, despertam controvérsias e acabam se tornando eternos tabus. As discussões acerca do aborto, como exemplo, não são recentes em nossa sociedade e suas atribuições acabam dividindo a opinião pública. Dentro desse contexto, recordamos a VI JAMEC – Jornada Médico-Espírita de Saúde e Espiritualidade, promovida pela AME Campina Grande, de 2 a 4 de setembro de 2013 na cidade, onde naquela oportunidade trouxe o Presidente-Fundador da Ame Alagoas, Ricardo Santos, para esclarecer alguns aspectos espirituais a respeito do tema. Em breve conversa, Ricardo comentou, entre outras circunstâncias, o que o espiritismo diz sobre o aborto e a responsabilidade dos que se envolvem com sua prática. Confira a entrevista feita por Fernanda Castro na íntegra, logo abaixo:

O que leva a mulher a fazer o aborto?


Normalmente é sua própria ignorância acerca dos aspectos importantes da vida, o que ela é, em essência, de onde veio, para onde vai, o que lhe cumpre realizar aqui na terra, o que é ser um espírito eterno e imortal, com responsabilidades e deveres. A isto se soma um fator importantíssimo que é a falta de acolhimento, de atenção, de cuidado com essas gestantes que não recebem o apoio nem do marido, nem dos familiares, nem dos pais, nem da sociedade no geral, que inclusive chega a opinar para que ela pratique o aborto a fim de se livrar do problema, então isso é um fator extremamente triste.

Quais são as conseqüências para os envolvidos?


São inúmeras, variáveis e muito sérias, não só para quem pratica o aborto, mas para quem concorda, quem incentiva, quem realiza, para equipe médica ou não médica que possa realizar essa atitude. São conseqüências de natureza biológica, psicológica e espiritual. Não existe nenhum tipo de prática de aborto que seja segura, nem realizada no ambiente hospitalar, nem realizada de forma clandestina. Podem acontecer hemorragias, perfuração uterina, lesões intestinais, septicemias, estado de coma, parada cardíaca, todos os tipos de complicações sérias que podem levar a gestante a morte. As conseqüências de natureza psicológicas acontecem em decorrência do trauma que é a pessoa se vendo como praticante ou conivente da realização do aborto, em que você eliminou uma vida humana. Isso fica fixado no inconsciente e a pessoa passa a ter vários tipos de comportamentos psicológicos anormais influenciando na sua conduta diária, podendo induzir a depressão e até mesmo as tentativas de suicídio. É um trauma psíquico porque há um rompimento de uma programação que envolve profundos aspectos psicológicos e emocionais em que se vê frustrada no momento em que se interrompe a gravidez. Quanto as conseqüências de natureza espiritual, o espírito do reencarnante que não pôde dar seqüência a sua encarnação pode se revoltar, pode não perdoar a mãe e se vincular psiquicamente a ela em processos obsessivos de longa duração. Há também as lesões que acontecem no corpo espiritual da gestante que podem induzir a esterilidade, a problemas na área genésica, problemas de natureza sexual, frigidez, até mesmo câncer na presente encarnação ou nas encarnações futuras quando aquele perispirito lesado em sua área genésica for servir de modelo organizador-biológico para o novo corpo na reencarnação seguinte.

O aborto espontâneo gera alguma seqüela espiritual?


No caso do aborto natural, a gestante está isenta de culpabilidade direta. Provavelmente trata-se de uma experiência, de uma probabilidade de que aquele espírito reencarnante deveria passar como parte do seu aprendizado evolutivo. Os abortos espontâneos nem são percebidos pela gestante em sua grande maioria e quando ela já tem consciência que está grávida e que aquela gestação não vai adiante, não por sua culpa, mas por culpa de outros fatores, ela não tem responsabilidade no abortamento, mas evidentemente ela estará submetida a um processo de sofrimento aflitivo que é um processo educativo-provacional. Ela deverá buscar forças na oração e na fé em deus para se enriquecer espiritualmente com a experiência.

Qual a responsabilidade paterna?


O pai tem uma responsabilidade direta, porque, ele convivendo com a mãe, vive no mesmo clima psíquico-espiritual. Se ele está vinculado àquela mãe, ele tem as mesmas responsabilidades evolutivas e provavelmente fazia parte da sua programação reencarnatória ser pai daquela criança que estava ali chegando na sua família. Ele vai responder por isso se ele for indutor ou conivente com o processo do aborto e ele também sofrerá conseqüências psicológicas por estar ferindo a lei de Deus que é a lei do amor e a sua própria consciência. Mesmo que ele rejeite essa possibilidade, essa perturbação psíquica o acompanhará por sua vida e ele também poderá ser vítima dos problemas espirituais que acontecem com a mãe, como é o caso das obsessões feitas por um espírito que não o perdoe ou que não compreenda a situação.

Qual o papel do médico nestas situações?


O médico terá uma implicação direta porque a profissão médica foi criada por Deus para cuidar da vida, jamais para matar, então ele responderá por essa ação. Inclusive, médicos abortistas que depois se conscientizaram e passaram a ser contra o aborto contam que nas suas clínicas havia um clima de pertubação, de dificuldade, de depressão. Muitos dos paramédicos e enfermeiros passavam por problemas depressivos, faltas ao serviço e até casos de suicídio, de alcoolismo e busca de drogas aconteceram nesses ambientes onde se pratica o aborto, porque esse ambiente vibratório estará repleto de entidades espirituais voltadas muitas vezes para o mal e de espíritos vingativos, com ódio por terem sido vítimas de abortos naqueles locais, então são situações reais, comprovadas e que devem alertar os médicos e suas equipes que trabalham nessa prática totalmente inadequada do ponto de vista moral.

Qual a visão médico-espírita sobre o aborto?


A visão médico-espírita é totalmente contra a prática do aborto porque a vida é um bem indisponível que nos foi dado por Deus e só a ele cabe deliberar sobre a vida. O homem está aqui na terra para fazer o bem e fazer o bem significa cuidar, promover, educar e, principalmente, proteger a vida.
Da Redação com Fernanda Castro