“Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26, 41).
Ao nos dar estas orientações, Jesus nos pedia para mantermo-nos em comunhão com Deus através das preces, buscando sempre orientação do Pai, ligando-nos à espiritualidade superior que fala diretamente conosco por boas sugestões no momento em que oramos.
Além disso, o Mestre nos pede para que vigiemos nossas palavras, ações, pensamentos e até mesmo o modo como olhamos para a vida e para nosso próximo. Cristo nos orienta a vigiarmos aquilo que trazemos dentro de nós mesmos e que nos afasta dos caminho de Deus.
Ao usar a palavra “vigiai”, Ele não queria que vigiássemos a vida de outras pessoas mas nossas próprias atitudes.
Quando apontamos um dedo acusador para alguém, esquecemo-nos que outros três dedos nos são apontados. As críticas somente nos levam à evolução quando seguem os ensinamentos do Evangelho e são feitas com o intuito de auxiliar e sugerir novas condutas que possam trazer àquele a quem são dirigidas uma melhoria em seu modo de ser e paz ao seu coração.
“Aquele que estiver sem pecado que lhe atire a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima nos faz da indulgência um dever, porque não há ninguém que dela não tenha necessidade para si mesmo. Ela nos ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que julgaríamos a nós mesmos, nem condenar em outrem o que nos desculpamos em nós. Jesus ensinou que autoridade da censura está em razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo X).
Ao vigiar nossos pensamentos, estamos evitando desgastes pessoais e mágoas desnecessárias; ao vigiar nossas ações estamos nos resguardando de ações contrárias ao Evangelho e protegendo-nos de nós mesmos; ao vigiar nossas palavras, cuidamos para não apedrejar quem julgamos e, se no curso de nosso dia a dia encontramos alguém que nos faz críticas fundamentadas no Evangelho e com autoridade moral daquele que luta a todo momento para conduzir suas ações nos termos dos ensinamentos de Jesus, cabe a nós termos humildade suficiente para reconhecer nossas próprias faltas e mudar nossa forma de agir, reconhecendo, ainda, que o amigo real nos auxilia a caminhar em direção à nossa evolução.
Vigiemos, portanto, ações e palavras. Se for para criticar, que seja nos termos do Evangelho e com autoridade moral para isso. Caso contrário, o silêncio será sempre a melhor opção. Afinal, cura-se a ferida que faz uma espada; é incurável a que faz uma língua.
Fonte: www.letraespirita.blog.br
Maristela Boldrin