Arroubos de luz vestiam
O céu oriente na famosa noite estival.
Peregrinos em várias direções seguiam
Recebendo da Águia ordem imperial.
Um homem justo tomou sua esposa
Buscando sua urbe terrestre.
A família simbolizava, sagrada e maviosa,
O retorno à casa celeste.
Então, em Belém, o mundo ansioso,
Que aguardava a chegada do Emissário bondoso,
Sorriu, na face coroada
De amor sublime e majestoso.
Estrela, de candura e inocência,
Na singularidade infantil surgia.
O grande Mestre, enfim trazia,
No primeiro natal, a carta da paz
Que na areia do tempo se faz.
No velário noturno
A Luz na terra, envolvia o linho, singela
Sem o conforto e sem excesso, ainda mais bela...
Na manjedoura, trama radiosa tecida de amor,
Colimadas numa só imagem
Via-se o repasto celeste
No inesquecível celeiro agreste.
O divino emissário dizia
Em silêncio, eloquente expressividade.
Encenava com a própria vida
A grande lição da humildade.
No mesmo local, a vigília noturna guardava surpresa
Aos pastores em singela tarefa camponesa.
Viram um emissário, por véu
E a princípio recuaram, temerosos.
Pois, nem todos os Espíritos são do céu.
A serenidade tranquilizou o pavor:
- “Não temais, as novas que trago são a paz e o louvor.
Terminou-se o processo,
É a hora do regresso.
O mundo já tem no seio o Cristo Salvador”.
Nesta hora, deu a eles um sinal.
E a partir dali, a manjedoura
Seria o mavioso símbolo do Natal.
Ao pronunciar da palavra,
Que resumia a primeira lição,
Grande foi a comoção.
Que anjos do céu, em brilho
Entoaram um estribilho
Ligando do alto, a grandeza de Deus,
À paz na terra, à boa vontade dos filhos seus.
Os pastores entreolhando-se, concluíram
Em gratidão e alegria, ir à Belém.
Mas, aquele sentimento foi além.
Grande foi a recompensa ao ver na justeza paternal:
A atenção cuidadosa, o amor de mãe,
E entre beijos de luz,
O pequeno, tão doce, o amado mestre Jesus.
O inesquecível encontro que relatavam
A todos causava maravilha.
Ouvidos moucos já ensaiavam
Os primeiros raios da alegria.
Enquanto o coração de Maria
Registrava a emoção
A simplicidade do campo confirmava,
Na sublime revelação,
O momento que o orbe aguardava.
Pois agora, com Jesus
A epopeia seria cantada
Com rimas de amor, perdão e de luz.
(...)
Estive um pouco ausente aqui do site... Ainda assim, gostaria de dividir essas palavras de emoção que nosso Mestre nos inspira, em especial nestes dias que relembramos sua vinda à terra.
Que seja este momento mais uma oportunidade aproveitada para trazermos nosso querido Jesus para a manjedoura íntima de nosso coração, fazendo de nossos sentimentos verdadeiras dádivas a lhes ofertar, sob a vigilância amorosa de José e o olhar divino de Maria.
Uma feliz noite de natal.
Este poema será publicado na Antologia "Luz de Natal", que reúne escritores falantes de língua portuguesa de vários países (lançamento em breve, pela editora portuguesa Sui Generis).