Festas existem, em mil manifestações, na humanidade desde os tempos remotos.
Representam, em sua origem, nossa ligação e o destino espiritual onde todos vivem os sorrisos e a plenitude da fraternidade: a felicidade.
Os imperfeitos, na encarnação, têm turvada a percepção da realidade original, a do Espírito. Assim, passa a alma a refletir seus anseios, ligações e intuições, como lembranças da erraticidade, na vida terrena:
A atração pelas belezas eternas da criação divina torna-se culto ao corpo e ao transitório.
O deleite dos Espíritos evoluídos ao se aproximarem de Deus, cumprindo sua vontade e suas leis, cede lugar aos prazeres materiais.
A família espiritual, originada na filiação divina é substituída, essencialmente, pelos laços consanguíneos e o paternalismo despótico.
Deus, o dirigente de toda realização, em bondade, amor e misericórdia passa a ser a força, o poder, o mando.
Em resumo, o material e transitório passa a ser a tônica da vida, suplantando os interesses do Espírito imortal, na eterna realidade.
O carnaval, em suas lamentáveis expressões, é um símbolo da culminância da carne sobre o espiritual.
Originalmente é concebida como o momento para se levar o corpo à exaustão, pelo prazer.
São precisas, portanto, as descrições desta festa do ponto de vista espiritual, citadas por Manoel Philomeno de Miranda, no livro Nas Fronteiras da Loucura: grosseiras vibrações, cenário de sombras e desvarios, maquinações de agentes das trevas, vampirismo, fúria carnavalesca, apelos animalizados, oceano de loucuras generalizadas, terríveis processos obsessivos, dentre outras...
Todas as comemorações são úteis e salutares, em seus apelos divinos.
Porém, lançando mão do livre arbítrio, cada um deve refletir da qualidade de ocupação de seu tempo.
Pois, a partir de agora, a Espiritualidade tem se preocupado em nos trazer mais informações acerca destes festejos momescos, para assim, cada um decidir por sua conduta mais acertadamente, analisando outros aspectos e pontos de vista.
Muitos se perguntam, neste sentido, se o Espírita deve participar do Carnaval.
A resposta não existe pronta em um livro de conduta para adeptos da doutrina
Porém, em se compreendendo nossa natureza, destinação e efeitos de nossas ações e costumes em todo seu alcance, cada um deve encontrar a resposta oferecida pela consciência reta, discernindo os objetivos de sua encarnação.
Em sua origem, esta comemoração se preocupa em propagandear que a carne nada vale. Podemos dizer que a definição guarda certa utilidade e precisão, pois se a carne não tem valor, o Espírito é tudo!