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Momento de crise

15 de Outubro de 2015 às 09h30

Esses momentos representam, tambem, oportunidade. Não indicam apenas sofrimento. Etimologicamente falando, crise significa depuração, amadurecimento. A coletividade brasileira atravessa delicado momento de crise: de valores, ética, política, econômica e social. Erros efetuados desaguaram no desarranjo atual. Necessário, no entanto, equilíbrio.

O equilíbrio favorece a lucidez, a capacidade de reconhecer necessidades, de escolher o melhor caminho. Favorece tirar proveito positivo das horas amargas. Isso tanto ao que diz respeito às provas pessoais quanto coletivas. Muitos tem adoecido mental e emocionalmente com a indignação. E até a indignação precisa de equilíbrio. Quando este falta, a indignação se transforma em ódio, desajuste, raiva. Indignação com equilíbrio, produz senso de responsabilidade e justiça, firmeza e consciência. E a correção de rumo torna-se mais factível.

Não confundir equilíbrio com pasteurização da posição a ser adotada por quem não compactua com a desonestidade, falcatruas os desmandos. Não, não é isso. Podemos e devemos ser claros em nossas posições. Tomá-las sem cair na mesma vibração do erro é o melhor caminho. O Brasil necessita superar mais este desafio, encontrar um outro caminho. E o fará, tenho certeza.Mas não canso de falar que esse novo caminho, que deve nos afastar do atraso, do engodo, das sórdidas manipulações, é a educação. Povo esclarecido, educado, é mais difícil aceitar o engano, a matreirice, o raposismo.

A educação é a chave para a superação de todos os males humanos, seja em sua feição de conquista de informação, seja, sobretudo, em sua ação de desenvolvimento do caráter, aperfeiçoando-o e alicerçando-o em valores elevados. A indiferença de boa parte da população para com o jeitinho que engana, nas mais simples operações dessa natureza ou nas mais complexas ações políticas, desaparecerá pelo simples fato de se estabelecer na alma popular a importância dos valores.

Sim, estamos em m momento de crise mas não devemos perder a esperança. Devemos, sim, perder a indiferença pois esta indica, em nós mesmos, alienação, e para com a sociedade, egoísmo brutal. Tudo, porem, deve estar sendo guiado pela calma, equilíbrio, ponderação. Agir sobre idéias, combatendo as sombras, e não sobre pessoas, humanas como nós, que trazem em si a mesma grandeza divina que carregamos como natureza.

O Brasil é maior que tudo isso. E tem um projeto da mais alta representação espiritual que precisa cumprir, que não deve falhar. Calma e esperança, ponderação e equilíbrio. Eis a estrada que nos levará a superação.