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Evolução dos Espíritos

31 de Julho de 2018 às 08h40

Os seres vivos se desenvolveram apartir da evolução química que ocorreu apartir da reação entre as moléculas inorgânicas que deram origem á moléculas orgânicas (com carbono) até formarem o primeiro organismo vivo simples e que mais tarde daria origem á toda a diversidade de criaturas vivas da Terra. Mas quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz em uma das suas obras o seguinte: “Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria, por assim dizer, o período de incubação. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal.”
Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza. O pensamento de Léon Denis, de que “a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem”, está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.
André Luiz, no livro “Mecanismos da Mediunidade” explica isso na seguinte afirmação: “ temos hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou”. E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: “o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida”.
No livro “No Mundo Maior”, André Luiz completa o seu pensamento: “Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio”.
Sendo assim:
. No reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos sistemas cristalográficos.

. No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular.

. No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos.

. No reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos lastros da concientização, a carregar consigo, raciocínio, afetividade, responsabilidade e outras tantas condições que caracterizam esta fase.



Reino Mineral

. Acredita-se que antes de unir-se ao elemento material primitivo do planeta (o “protoplasma”, na expressão de Emmanuel), dando início a vida no orbe, o princípio inteligente encontrava-se nos cristais, completando seu estágio de individualização em longuíssimo processo de auto-fixação, ensaiando, aos poucos, os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico.
. Até hoje constitui fato pouco explicado pela ciência acadêmica, de determinadas substâncias arranjarem-se sob a forma de cristais perfeitamente arrumados segundo linhas geométricas definidas, o que não deixa de ser uma organização, ainda que não um organismo.
. “O cristal é quase um ser vivente”, disse Gabriel Delanne. Naturalmente que não iremos pensar numa inteligência própria da matéria. Todavia, o cientista Jean Emille Charon declarou que “o comportamento das partículas interatômicas revela vida incipiente”.
. Outra evidência de o porque dos cristais serem manifestações primitivas dos espíritos é que em muitas correntes espiritualistas há uma idéia de que os cristais possuem “energia”. E essa energia nada mais é do que o princípio inteligente se individualizando.


Reino Vegetal e Animal

Após adquirir a capacidade de aglutinar os diversos elementos da matéria em sua peregrinação pelos minerais, o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva. Identifica-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as algas unicelulares e, sucedendo-as, com as algas pluricelulares. O princípio inteligente passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior (irritabilidade) e depois a faculdade de sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação) – conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal.
Mais tarde, assinala-se o ingresso da “energia pensante” no reino animal. O princípio inteligente vai desdobrar-se entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios, répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos. Neste imenso percurso, o elemento espiritual estará enriquecendo a sua estrutura energética, aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da auto-preservação e dos diversos instintos, preparando-se para a sublime conquista da razão.
Afirma-se que a conquista maior do princípio inteligente em sua passagem pelos animais foi o instinto. Denomina-se instinto às formas de comportamento dos organismos que não são adquiridas durante a vida, mas herdadas. São impulsos naturais involuntários pelo qual os seres executam certos atos de forma mecânica, sem conhecer o fim ou o porquê desses atos (como o gato enterrar suas fezes e urina, ou certos pássaros fazerem seus ninhos de certa forma).
No entanto, em muitos animais, especialmente nos animais superiores (macaco, cão, cetáceos como o golfinho, gato, cavalo e elefante), já identifica-se uma inteligência rudimentar. Além dos atos instintivos, observa-se, às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à auto-preservação do animal. André Luiz diz que nos animais superiores observa-se um pensamento descontínuo e fragmentário, a partir do qual vai desenvolver-se o pensamento contínuo do reino honimal.


Reino Hominal

Afirma André Luiz que, para alcançar a idade da razão, com o título de hominídeo, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de anos.
Com a conquista da razão, aparece o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente que nesse momento se chama Espírito já está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio e a iniciar uma evolução de orientação centrífuga (de dentro para fora).
Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no reino hominal. Ele deverá agora iniciar-se na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a sublimação das emoções e todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se à comunidade dos Seres Angélicos.


Bibliografia:
Evolução em Dois Mundos – André Luiz/Chico Xavier e Waldo Vieira
No Mundo Maior – Cap. IV – André Luiz/Chico Xavier
Mecanismos da Mediunidade – André Luiz/Chico Xavier
Morte, Vida e Renascimento – Hernani Guimarães Andrade
Impulsos Criativos da Evolução – Jorge Andréa
A Caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier
Evolução Anímica – Gabriel Delanne
Biologia – Helena Curtis