O carnaval, do latim "carna" (carne) e "val" (festa), significa literalmente festa da carne, e sem dúvidas, é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. E como toda cultura tem sua origem, com o carnaval não seria diferente. A festa tem sua origem em Portugal, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O evento cultural acontecia num período anterior á quaresma e portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentimento permanece até os dias de hoje no Carnaval. E tendo sido uma festividade "expansionista" , a festa além de se expressar em outros países da Europa, chega ao Brasil por volta do século XVII influenciada pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias, costumes "apropriados" pelo carnaval brasileiro.
Porém, no sentido espiritual, e conforme os conceitos que o espírito superior Bezerra de Menezes deu ao relatar um episódio de resgate de espíritos numa festa carnavalesca no livro Nas Fronteiras da Loucura , psicografado por Divaldo Franco, o carnaval é uma festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Visto que é uma festa cujo o padrão vibratório de grande parte dos foliões encontra-se baixo, acaba-se por contaminar o ambiente com espíritos em sintonia com essas vibrações mais densas. E para complementar o que o médico espiritual narra no livro, podemos concluir que a espiritualidade das trevas age durante o carnaval para que os excessos de todos os tipos sejam cometidos em nome das “festividades” o que acarreta em situações de vampirismo espiritual e obsessões complexas que são obtidas durante esta temporada em que muitos espíritos baixam sua energia espiritual a níveis mais primários.
André Luiz no livro Conduta Espírita, psicografado por Waldo Vieira afirma de maneira similar ao do Bezerra de Menezes quando diz que o espírita deve afastar - se de festas como o carnaval que segundo o mesmo é regido pelos excessos de vícios morais e manifestação de espíritos inferiores. Já Emmanuel numa psicografia de Chico Xavier datada de julho de 1939, diz, entre outras coisas, que nenhum espírito equilibrado em face do bom senso,que deve presidir as criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.
Então e agora? Não vou poder mais ir em festas? Colocar uma fantasia e pular carnaval? Sim! Você pode, pois devemos sempre lembrar que além de o espiritismo não proibir nada, se formos seguir cada coisa de forma rígida e interpretando tudo ao pé da letra, não faremos mais nada na vida. Um exemplo que podemos dar para ilustrar esse argumento, é um relato que Chico Xavier contou e que fora divulgado pelo blog do canal televisivo de divulgação espírita TV Mundo Maior, publicado no dia 02 de fevereiro de 2018, no qual diz que quando o médium estava encarnado, tinha alguns amigos que sempre lhe chamava para ir pescar, mas que como Chico não gostava de pescar, pois achava injustiça matar os peixes para diversão, sempre arrumava uma desculpa para não ir pescar com os colegas. Até que certo dia, Emmanuel, seu guia espiritual, falou para Chico ir, somente para conhecer e agradar os amigos. O escritor então foi pescar com seus amigos, e ao chegar lá, todos conseguiam pegar peixes, menos Chico. Os companheiros começaram a ficar desconfiados e questionaram o filantropo. Foi ai que Chico disse que tirou o anzol da vara, porque não queria pegar nenhum peixe, mas que queria estar ali apenas para acompanhar a turma de pescadores.