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Zilda Gama: Médium e defensora da luta das mulheres pelo direito ao voto

03 de Abril de 2024 às 20h30

Elen de Souza - Feminismo e Espiritismo @feminismo.espiritismo

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No início do século XX, a luta pelo sufrágio feminino era um tema polarizador e provocador. Em um país onde a participação política das mulheres era fortemente reprimida, Zilda Gama se destacou como uma importante voz feminina a favor do direito das mulheres ao voto.  Ela atuou em prol ao voto feminino tendo sido autora, em 1931, de uma tese sobre o direito das mulheres à representatividade eleitoral. Sua tese foi inclusive levada ao Congresso Nacional e aprovada oficialmente.


Ela nasceu em 11 de março de 1878, na localidade de Três Ilhas, em Juiz de Fora (MG), e sua educação inicial foi conduzida por sua mãe. Mais tarde, Zilda se inscreveu na Escola Normal de São João Del Rei, onde se formou como professora primária.  Aos 24 anos, ficou órfã de seus pais, assumindo então a responsabilidade pela administração da casa e pela criação de cinco irmãos mais novos, além de cuidar posteriormente de outros cinco sobrinhos órfãos.


Zilda Gama dedicou-se ao ensino e à direção escolar, sendo reconhecida em concursos promovidos pela Secretaria de Educação de Minas Gerais. Além disso, ea exerceu o jornalismo profissional em periódicos de Juiz de Fora e Ouro Preto, bem como em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.


Desde jovem, começou a perceber a presença de Espíritos, recebendo mensagens mediúnicas de seu pai e de uma irmã já desencarnados, que a aconselhavam e confortavam durante os momentos difíceis que enfrentava.


 Em 1912, recebeu uma mensagem notável assinada por Allan Kardec. A partir desse encontro, o Codificador proporcionou-lhe outros ensinamentos, os quais foram registrados no livro "Diário dos Invisíveis", publicado em 1929.Os livros mediúnicos psicografados por Zilda Gama marcaram época na literatura espírita, ela foi a primeira no Brasil a receber uma vasta literatura proveniente do mundo espiritual.  Em 1916, o escritor Victor Hugo passou então a escrever por seu intermédio e ela psicografou a obra “ Na sombra e na luz”.


Em 1959, após sofrer um derrame cerebral, Zilda Gama passou a viver em uma cadeira de rodas, sendo assistida por seu sobrinho Mário Ângelo de Pinho, que lhe fazia companhia. Ela desencarnou  em 1969, aos 91 anos, no Rio de Janeiro.


O legado de Zilda Gama perdura até os dias de hoje. Seu ativismo pioneiro abriu caminho para conquistas significativas na luta pelos direitos das mulheres no Brasil. Portanto, ao celebrarmos a vida e o trabalho de Zilda Gama, lembramos  de uma médium notável e defensora da igualdade e da justiça. Sua visão de um mundo onde todas as vozes são ouvidas, independentemente do gênero. Seu legado continua a inspirar aqueles que lutam por justiça e igualdade.


Fonte: http://zildagama.org.br/zilda-gama/