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Feminismo e Espiritismo: Um encontro de Luz e igualdade

11 de Janeiro de 2024 às 16h30

Elen de Souza - Feminismo e Espiritismo @feminismo.espiritismo

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O feminismo, como movimento social, empenha-se na luta contra todas as formas de opressão dirigidas às mulheres, visando alcançar a igualdade entre os gêneros. Contudo, ao longo dos anos, esse movimento tem sido constantemente alvo de estereótipos prejudiciais que pouco contribuem para o seu propósito.


Constância Lima Duarte, renomada pensadora, destaca uma das grandes derrotas do movimento feminista: a associação do termo "feminista" a um forte preconceito, em vez de promover o orgulho entre a maioria das mulheres. A propagação do "antifeminismo" resultou no desgaste semântico da palavra, transformando a imagem da feminista em um estigma de mulher mal-amada, "machona", desprovida de vaidade e que não aprecia a presença masculina.


Surpreendentemente, o Espiritismo surge como um aliado nessa busca pela igualdade. Em sua essência, o Espiritismo preconiza a ideia de igualdade entre todos os seres humanos, independentemente do gênero. Allan Kardec e os espíritos superiores enfatizaram a importância da justiça, caridade e respeito mútuo. Precisamos ressaltar que o  Espiritismo é uma doutrina regida pelo amor e pelos ensinamentos de Cristo.


Ann Bruade, professora de História Religiosa Americana na Harvard Divinity School, vê o movimento espírita do século XIX como um caminho para a emancipação feminina. As mulheres ganhavam voz na sociedade através da mediunidade, como evidenciado pelo predomínio delas entre as médiuns da época, incluindo figuras como Caroline Baudin, Julie Baudin, Ruth Japhet, Aline Carlotti e a sra. De Plainemaison.

Além O Livro dos Espíritos, no capítulo “Lei de Igualdade”, na questão 818 Kardec pergunta aos Espíritos Superiores sobre de onde provém a inferioridade moral da mulher em certos países e eles respondem:

“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”


Em um trecho da Revista Espírita de junho de 1867, destaca-se a importância da Doutrina Espírita para os direitos das mulheres:

“Encontrando os direitos da mulher, na Doutrina Espírita, uma consagração fundada nas leis da Natureza, daí resulta que a propagação dessa doutrina apressará a sua emancipação, e lhe dará, de maneira estável, a posição social que lhe pertence. Se todas as mulheres compreendessem as consequências do Espiritismo, todas seriam espíritas, porque aí encontrariam o mais poderoso argumento que poderiam invocar.”


Assim, ao unirmos Feminismo e  Espiritismo, encontramos um caminho de luz  na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, e acima de tudo, iluminada por valores que transcendem o tempo e a matéria.


Fonte de pesquisa: O Livro dos Espíritos, Revista Espírita ( Junho de 1867) e Pensamento Feminista Brasileiro: Formação