"Como será o amor da sua vida?"...."Qual será a sua profissão no futuro?"..."Será que ele está afim de mim"... Esses são aluns exemplos de testes que vimos nas redes sociais que aguçam a nossa curiosidade. Claro que nesse caso trata-se apenas de diversão virtual que muitas vezes nos arrancam boas gargalhadas não é mesmo?
Mas o que pode ocorrer é que dominados por certos anseios, em algum momento da vida podemos ter lapsos de curiosidade em saber realmente o que nos acontecerá no futuro.
Sejam dúvidas sobre relacionamento amoroso, finanças, trabalho ou família, o fato é somos seres repletos de dúvidas e muitas vezes ter respostas imediatas sobre algo que almejamos poderia nos tranquilizar e deixar nossos pensamentos menos acelerados não é mesmo? E não é difícil encontrarmos diversos anúncios de pessoas que dizem possuir o dom da futurologia e terem respostas sobre questionamentos que acalmariam nossas almas aflitas.
Mas vale ressaltar que não tenho a intenção de julgar ninguém. Afinal, quem sou eu na fila do pão para apontar o dedo para atividade ou o gosto ou a necessidade pessoal de alguém?
Mas venho trazer apenas a quem se interessar, uma breve reflexão sobre o tema com base nos ensinamentos da doutrina espírita.
Então vamos fazer um breve estudo do Livro dos Espíritos, especificamente um item do capítulo 10 “Da lei de liberdade” onde encontramos alguns esclarecimentos dos espíritos à respeito do conhecimento sobre o futuro.
Mas afinal, o futuro pode ou deve ser revelado ao homem? Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, fez aos espíritos superiores alguns questionamentos sobre este tema. Vejam o que lhe foi respondido:
868 – O futuro pode ser revelado ao homem?
“Em princípio o futuro lhe é oculto e só em casos raros e excepcionais Deus lhe permite a sua revelação.”
869 – Com que fim o futuro é oculto ao homem?
“Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade de agora, pois seria dominado pelo pensamento de que, se alguma coisa deve acontecer, não adianta ocupar-se dela, ou então procuraria impedi-la. Deus não quis que assim fosse, afim de que cada um pudesse concorrer para a realização das coisas, mesmo daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo, sem o saber, quase sempre preparas os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida.”
Assim, sendo Deus soberanamente justo e bom, ocultar o futuro representa uma sábia providência. Somos seres em evolução, e termos conhecimento sobre o futuro pode prejudicar a nossa jornada.
Kardec nos oferta a seguinte reflexão sobre o tema que de certa forma sintetiza muito bem esta reflexão:
“A certeza de um acontecimento venturoso o lançaria na inação. A de um acontecimento infeliz o encheria de desânimo. Em ambos os casos suas forças ficariam paralisadas.[…] O conhecimento de todos os incidentes da jornada lhe tolheria a iniciativa e o uso do livre-arbítrio. Ele se deixaria resvalar pelo declive fatal dos acontecimentos, sem exercer suas faculdades. Quando o feliz êxito de uma coisa está assegurado, ninguém mais com ela se preocupa.”
Dizer mais o que então né minha gente? Bora seguir os ensinamentos do nosso codificador e deixar o futuro, para o futuro.
Fonte de pesquisa: O Livro dos Espíritos, Capítulo 10. Questões 868 e 869.