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Conduta Espírita e o Carnaval

24 de Fevereiro de 2017 às 12h40

“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são
lícitas, mas nem todas edificam.” Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios

Aproxima-se o carnaval e com ele as indagações a respeito de nossa conduta, como cristãos e espíritas.

De acordo com a lei temporal, em especial o Estatuto da Criança e do Adolescente, a regulamentação da entrada e permanência de criança e adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em bailes ou promoções dançantes, bem como sua participação em espetáculos públicos e seus ensaios, compete à autoridade judiciária (art.149, do Estatuto da Criança e do Adolescente).

As Leis Divinas, que são eternas e imutáveis, estão escritas em nossas consciências, segundo nos ensina O Livro dos Espíritos, convidam-nos, invariavelmente, à prática do bem, do bom e do belo.

Da análise conjugada das duas leis, a temporal mutável e a Divina imutável, podemos encontrar parâmetros para decidir, o que é lícito e nos convém. Assim, não se trata de proibir ou permitir que as crianças, adolescentes ou mesmo os adultos frequentem as festividades de carnaval, que não encontram proibição na lei temporal, mas limitações em decorrência de critério etário. Mas de decidir, de acordo com as Leis Divinas, se a participação nestes eventos nos convém.

Do Circo Máximo, em Roma, passando pelas Saturnais, os bailes de máscaras em Veneza, até o nascimento da expressão latina “a carne nada vale”, cuja primeira sílaba de cada palavra, forma CARNAVAL, deram-se várias formas de comemoração, com um ponto em comum, qual seja, a extravagância.

No entanto, não é o Carnaval em si que traz consequências negativas, é o comportamento do indivíduo no Carnaval que pode prejudicá-lo, sobretudo em virtude do clima moral e psíquico que existe nesse período, que favorece o comportamento alucinado e a perda do autocontrole (FRANCO, Divaldo Pereira; LOPES, Luiz Fernando (org.). Sexo e Consciência. Salvador: Livraria Espírita Alvorada, 2013, p.395/396).

E passado o carnaval, em muitos foliões, eclode a culpa, pelos excessos praticados em nome do prazer, cujo processo de depuração pelo exercício do autoperdão e autoiluminação, pode durar, bem mais que cinco noites de festa.
Assim, podemos utilizar o feriado de carnaval para o descanso com a família e/ou o encontro de jovens, onde possam expressar sua alegria e vitalidade de maneira leve e saudável, como ocorre na CONJEMAT (Confraternização dos Jovens Espíritas de Mato Grosso), evitando nos contaminarmos com os efeitos deletérios de locais apelativos, onde há abuso de álcool, drogas e exposição vulgarizada do sexo.

E na hipótese dos adolescentes insistirem em participar de alguma festa, os pais devem ser firmes no seu dever consciencial de colaboração com Deus para a formação do caráter dos filhos, orientando-os com base nas Leis Divinas para persuadi-los a viverem aquilo que é lícito e convém.

No caso de filhos adultos, que já vivem às próprias custas, cabe aos pais sugerir a eles que evitem tais ambientes pelos motivos refletidos.

A educação dos filhos, como ensina Divaldo não deve ser repressiva, mas orientadora, firme e vigilante (op.cit.,p.397). Os pais, como educadores morais, devem fazer tudo que é possível para evitar que seus filhos sucumbam às armadilhas do sexo precoce e da utilização de drogas lícitas ou ilícitas. Para isso é necessário que eles se deem ao trabalho desafiador de educarem os seus filhos para a prática das virtudes.

E para isso é necessário que os pais também se eduquem e vivenciem o Evangelho de Jesus, para que o carnaval possa se transformar em momento de diversão com responsabilidade e amor, ao próprio corpo que nos foi dado por empréstimo, com a finalidade da evolução do Espírito Imortal, em mais uma etapa reencarnatória.