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É proibido evocar os mortos?

31 de Janeiro de 2018 às 08h45

Werlany Maciel (@werlany_maciel

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Quando se faz esse questionamento, já admite-se a possibilidade de comunicação entre vivos e mortos. Alguns usam passagens bíblicas para afirmar que é proibido e dizem que isso não existe, que é coisa do diabo. Ora, se foi proibido é porque existe. Ninguém vai te proibir de tocar no Sol por exemplo. Só se proíbe o que é possivel, certo?
Se a vida continua após a morte, porque os nossos entes queridos não poderiam manifestar seus pensamentos para os que ficaram?
Aqueles que alegam que é proibido por Deus se utilizam da lei mosaica, encontrada no Antigo Testamento, particularmente no Levítico (CAP. XIX) e Deuteronômio (CAP. XVIII).
Há duas partes distintas na lei de Moisés: a lei de Deus, atemporal, promulgada sobre o Monte Sinai, conhecida como #OsDezMandamentos; e a lei civil, disciplinar e temporária, apropriada aos costumes e caráter de um povo ainda rude, vicioso e indisciplinado. A primeira é invariável, a segunda muda de acordo com a evolução da humanidade. A proibição de Moisés de evocar os mortos fazia parte das leis humanas e transitórias, que tinha uma justificativa real: a consulta aos mortos feita naquele tempo não era baseada nos sentimentos de amor e respeito como se faz hoje, com responsabilidade por estudiosos desta doutrina consoladora, mas sim, como recurso de advinhaçao, superstição, exploração e charlatanismo.
As pessoas naquela época utilizavam a #Mediunidade (termo criado por #Allankardec em 1857) para comércio, como objeto de negócio. Além disso, as evocaçoes era costume do povo do Egito, de onde os hebreus saíram, e Moisés desejava que seu povo abandonasse este e outros costumes egípcios. A proibição portanto, não era pelo uso, e sim pelo abuso.
Se alguns irmãos de outras crenças acreditam que as leis de Moisés deve ser rigorosamente observada, deve-se cumprir todos os outros absurdos encontrados na lei mosaica.
Jesus Cristo e Paulo DERAM FIM AO ANTIGO TESTAMENTO E SUAS LEIS ABSURDAS que trazia entre alguns exemplos:
#Números 31,17-18: Agora, pois, matai de entre as crianças todas do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele. Porém todas as meninas, e as jovens que não coabitaram com algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós outros. 
#Deuteronômio 23,2: Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou cortado o membro viril, não entrará na assembléia do SENHOR. 

Textos como esses deixam claro uma coisa: As leis mosaicas não são a palavra de Deus. Só uma mente fanatizada, que idolatra um livro, não vê que a Bíblia contém muitos equívocos, contradições e absurdos como esses. E como são incapazes de separar o joio do trigo, não percebem os ensinamentos universais do Mestre Jesus, que são válidos para todos os povos, em todos os tempos e em todos os lugares. São ensinamentos aparentemente singelos mas de profundo alcance filosófico, como esses: 

- "A cada um será dado de acordo com as suas obras." 

- "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória." 

- "Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste." 

Jesus modificou profundamente a lei de Moisés, fazendo da Sua lei o código dos cristãos. A única parte confirmada da antiga lei é a do Monte Sinai. Revelou um Pai amoroso, justo e misericordioso, convidando todos à pratica do amor incondicional e do perdão irrestrito, contrariando a pena de Talião e do temor a Deus da lei mosaica.
Jesus nunca aludiu em parte alguma do Evangelho a proibição de evocar os mortos, muito pelo contrário, já que em algumas passagens ele conversa com os do além-túmulo.
Quem utiliza da lei mosaica para proibir a comunicação com os mortos está sendo mais Judeu que Cristão. 
Quando os espíritas, que adotam Jesus como guia e modelo, entram em contato com os espíritos só o fazem para receber sábios conselhos, consolar e esclarecer os que sofrem, jamais para conseguir vantagens ilícitas. 
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