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O dilema sobre o Jesus histórico e mítico e a Carta de Lentulus Publius de Jerusalém ao Imperador Tíbérío César

03 de Julho de 2016 às 16h45
Quadro pintado por Akiane Kramarik

Tivemos grandes “almas” consciências humanas do prisma da evolução moral que deram grande contribuição ao despertar da moral humana, como Abraão no Judaísmo, Siddharta Gautama, conhecido posteriormente como Buda “de 600 a.C.” no  Budismo, Maomé no Islamismo e tantos outros missionários de luz e religiões menores que contribuíram ao alvorecer humano. Todavia uma dessas formas de religare “ religare vem do latim que significa religação, religião”, é trazida por um ser que tão somente não faz a história humana, mas Ele parte a historia ao meio, divide, fatia, traz arquétipos novos para o pensamento humano, transporta nele um olhar novo na ética e moral humana.
Esse Ser Chamando Jesus, o qual deriva do nome hebraico Yeshua sigifinca Josué. O nome Jesus é a versão portuguesa do nome aramaico Yešu'. Aramaico foi à língua que Jesus falou. Por sua vez, Yešu' é a tradução aramaica do nome hebraico יהושע , cuja pronúncia é Yĕhošūa‘, que normalmente traduzimos como Josué. Portanto, o nome “Jesus” é a tradução aramaica do nome hebraico “Josué”. O Novo Testamento, escrito em grego, chama Jesus de Ιησους (Iēsoûs). O latim, língua na qual foi lida a Bíblia durante séculos, traduziu Jesus como Iesus. Daí deriva o português Jesus.
Dividiu a história humana através do calendário gregoriano, partiu o mundo com sua filosofia, com o objetivo de mostre-lhe um caminho de paz. Tão foi sua importância que diferente de outras filosofias religiosas, tem um impacto na vida social humana, influenciou as doutrinas de direitos na maioria dos países do mundo. Mas de fato quem foi Jesus?
Para entendemos mais sobre ele, iremos navegar sobre as rotas da história humana, vamos juntar as peças de um quebra cabeça, as quais em alguns momentos não encontraremos a totalidade dessas peças, para vermos imagens mentais, sentir, analisar e interpretar esse passado, tão vivo para muitos.
 Por mais contraditório que pareça devemos “apreender desconfiando”, questionando, mas devemos ter cuidado nas suas formas de radicalismo do ceticismo, pois essa é a concepção genérica da qual a mente o humana não pode atingir certeza a respeito da verdade.  O ceticismo pode desembocar no niilismo assim visto no período do renascimento, William Shakespeare eloquentemente resumiu a perspectiva do niilista existencial.
"Apaga-te, apaga-te, chama breve! A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre palhaço que por uma hora se espavona e se agita no palco, sem que depois seja ouvido; é uma história contada por idiotas, cheia de fúria e muito barulho, que nada significa." (SKAKESPEARE, 1605, pg. 126)
 Nessa perspectiva a vida é sem sentido e objetivo, o niilismo seria a morte do sentido da vida. A filosofia vista nos evangelhos canônicos vai de encontro a esse pensamento. É no bojo do renascimento que vamos entender como surgiu esse dilema entre o Jesus mítico e histórico.
Relembramos que na idade media existiu um método chamando “método alegórico”, o qual foi o método empregado na interpretação cristão da Bíblia que substituir as formas antigas de interpretação, a partir dai os exegetas medievais, segundo Origenes (185-253 d.C.), consideravam o sentido literal das Escrituras como não importante, assim eles pensavam que o texto bíblico tinha quadro níveis de sentidos, sendo: O sentido literal, sentido anagógico, o sentido escatológico e o sentido moral.
E seguira assim, o homem medieval, o pensamento de Orígenes (185-253 d.C.), o qual usava a figura do ser humano para à interpretação da Bíblia. Esses Quatros pontos eram resumidos em uma tricotomia aonde o corpo do texto era o sentido literal, que Orígenes dizia ser apenas “casca e aparência”; a “alma” do texto era o sentido espiritual; o espírito do texto era o sentido alegórico e cristológico. Desta forma, o texto teria sempre mais de um sentido, e o sentido literal era o menos importante.
No decorrer do desmanchar das estruturas, do morrer das épocas, chegamos ao séc. XVI. O pensamento humano como uma planta em evolução perpassa por outras transformações, tão visto isso na sua história, quebra de arquétipos, o homem moderno revolta-se com as estruturas religiosas do medievo, inicia o Renascimento, o homem não se ver regido pelo mundo teocêntrico, mas agora ele é o centro, ele é antropocêntrico. No campo religioso o contra ponto dá-se com a reforma protestante, que retoma sentido literal de intepretação Bíblica, “os reformadores” protestavam contra o método alegórico e propunham que o sentido literal era o único guia certo, seguro e confiável para compreender a Bíblia e assim surgi o método histórico gramatical.
Paralelamente do nascedouro do humanismo Renascentista, do deísmo inglês, do iluminismo alemão no campo teológico e do ceticismo francês observou-se a atenção humana em detrimento do divino. Do ceticismo francês temos a dúvida como base dogmática metodológica e do movimento iluminista temos o pressuposto da razão em menoscabo a revelação.
Como resultado dessa simbiose entre o cristianismo e o racionalismo nasce à forma de religião nominada deísmo, que pode ser entendido como a crença racionalista em que Deus criou o universo e logo mais o deixou funcionando de forma solitária, sobre o principio de causa e efeito.
Surgi assim o método critico-histórico que deu atenção ao caráter histórico das Escrituras. Quis entender a condição histórica da Bíblia, seu caráter cultural, sociológico, temporal e linguístico. Dessa maneira difere do método gramatico histórico que teve como base a inspiração e infalibilidade das Escrituras, o que dificultou que os exegetas reformadores elucidassem os textos admitindo, por exemplo, falhas, erros, inverdades, contradições, imprecisões e mitos.
No livro intitulado Apologia do Historiador escrito por Marc Bloch (1949), faz-se uma analise da história o qual busca atrás da observação histórica os testemunhos e sua transmissão. O historiador, na sua compreensão, estudo e leitura não deve se fixar apenas aos documentos escritos, porém deve trabalhar os relatos não grafados, escritos, em especial os dá arqueologia. Deve estar consciente que não vai conseguir-se saber e conhecer tudo sobre o passado, pois o historiador, não tem contado direto com seu objeto de estudo. Desta forma, apoia-se não somente na História, mas deve está aberta a outras possibilidades que as outras ciências podem dispor.
O dilema do Jesus mítico, “Cristo de fé”, e o Jesus histórico é um discurso bastante antigo que vem ganhando forma e retorno de discursões em diversas épocas. É através da partilha do complemento dos diversos olhares que iremos entendê-lo, pois não iremos conhecer tudo sobre a História do Cristo, ou sobre qualquer história. Quantos fatos do cotidiano do Cristo não foram relatados? Quantos ditos dele não foram decorados pelos os quais o ouvia? Quantos documentos perdidos ou mal compreendidos? Quantas traduções erradas? Quantas discursões pautadas no ceticismo e fundamentalismo travou a humanidade?   Acredito que muitas!
Nem tão pouco, entenderemos Jesus somente de forma mítica. Para entendê-lo como figura histórica precisa-se desmitologizá-lo, amenizar as diversas formas de ideologias, seja politica, religiosa ou acadêmica.
Ao lermos os Evangelhos, os apócrifos, a história, os achados arqueológicos do período de Jesus, seja na Judeia, na Galileia, Grécia, Antioquia, Roma ou em alguma parte do Egito ou mundo é quase impossível não tentamos pensar mentalmente na figura do Cristo, em sua fisionomia, seus gesto, sua forma de si expressar, seu olhar, o ritmo dos seus passos e palavras.  
Natural dos Estados Unidos, do bairro conhecido como Mount Morris, conhecido vulgarmente como Detroit, no Estado Americano de Illinois, filha de mãe lituana e de pai norte americano, Ateus em suas convicções são assim seus genitores, aonde a sua casa não tinha nenhum referencia sobre Deus. Akiane Kramarik, artista autodidata, nascida em 1994. Aos quatros anos de idade começar a pintar quadros belos, magníficos que chamam atenção da população local e posterior do mundo. Aos oito anos de idade tranca-se no seu quarto, pede a Deus que lhe diga como é Jesus, na manhã seguinte um homem bateu-lhe a porta dizendo que era carpinteiro e que seria o modelo para o seu quadro. Assim declara Akiane Kramarik, que por coincidência ou não em 2010 os cientistas recriaram em 3D a figura tridimensional do rosto timbrado no Santo Sudário, o qual presentava semelhanças com o quadro produzido por Akiane. 
Desde os primórdios da era Cristã, vermos um imaginário construído sobre a imagem de Jesus. Todavia é nos achados arqueológicos, no contexto histórico e documentos que teólogos e historiadores analisam, dentre vários, um documento intitulado Carta de Lentulus Publius de Jerusalém ao Imperador Tíbérío César. 
"Eis aqui, enfim, a resposta que com tanta ansiedade esperáveis. Ultimamente apareceu na Judéia um homem de estranho poder, cujo verdadeiro nome é Jesus Cristo, mas a quem ‘O povo chama’ ‘O Grande Profeta’ e, seus discípulos, "O Filho de Deus". Diariamente contam-se dele grandes prodígios: ressuscita os mortos, cura todas as enfermidades e traz assombrada toda Jerusalém com a sua extraordinária doutrina. E um homem alto e de majestosa aparência; sua face, ao mesmo tempo severa e doce, inspira respeito e amor a quem a vê. Seu cabelo é da cor do vinho e desce ondulado sobre os ombros; é dividido ao meio, ao estilo nazareno. Sua fronte, pura e altiva, sua cútis pálida e límpida; a boca e o nariz são perfeitos; a barba é abundante e da mesma cor dos cabelos; as mãos, finas e compridas; os braços, de uma graça encantadora; os olhos azuis, plácidos e brilhantes. E grave, comedido e sóbrio em seus discursos. Repreendendo e condenando, é terrível; instruindo e exortando, sua palavra é doce e acariciadora. Ninguém o viu rir, mas muitos o têm visto chorar. Caminha com os pés descalços e a cabeça descoberta. Vendo-o à distância, há quem o despreze, mas em sua presença não há quem não estremeça com profundo respeito. Quantos se acercam dele, dizem haver recebido enormes benefícios, mas há quem o acuse de ser um perigo para Vossa Majestade, porque afirma publicamente que os reis e os escravos são todos iguais perante Deus."
(Carta Publius Lentulus, Legado de Tibério na Judeia. Indizione settima, luna seconda, impressa em 1474).
Texto retirado da parte introdutória do Artigo preferido ao Centro Universitário de Batatais-SP. 

Os dois últimos parágrafos, os quais não faziam parte do artigo em epígrafe, foram retirados da postagens da coluna do site para serem revisto as fontes bibliografia e corrigir um possível erro de digitação e fazerem jus o reconhecimento aos seus altores de direto.   

Antigo publicado ao Centro Universitário de Batatais-SP, por via de revista cientifica. Titulo do Artigo cientifico: Construindo o Jesus Histórico, um Artesão Galileu na Cruz da História. 
Autor: Arthur Douglas Azevedo Soares

Salientando aos nobres colegas e leitores que é impossível refazer um passado na sua complexidade e totalidade de fatos históricos em nosso estado humano atual, entretanto o avanço da compreensão humana proporcionou-nos através da razão remontar um quebra cabeça da história humana de forma que podemos ter um entendimento aproximado dos fatos ocorridos. O espiritismo é a chave da porta perdida para revela-nos muitas coisas. A pesquisa humana é de suma importância, e temos avançado muito neste ponto. Porém varias colunas do passado humano ainda falta-nos compreender. Todavia temos notícias, epigrafadas em varias psicografias, a exemplo de uma carta psicografada pelo Médium Fernando Ben, relatando que nos mundos espirituais estuda-se a história humana, mas lá, diferente de nós encarnados, eles analisam os fatos registrados como ocorreram de forma real visto numa espécie de aparelho, similar a nossa compreensão, televisão.  Muitos irmãos das esferas espirituais estão em trabalho árduo para contribuírem com suas pesquisas ao despertar humano e o progresso da humanidade. Desde a física a filosofia, eles nos inspiram ao despertar.   


Por: Arthur Azevedo

Paz e bem a Todos!