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Sinal dos tempos

23 de Julho de 2018 às 16h50

Antonio Carlos Tarquínio

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Nossa mel¹ anda muito doentinha, e há dias que levanto duas ou mais vezes na madrugada para cuidar dela.

Naquela manhã, lá pelas cinco da matina, deu uma resmungada. Fui conferir. Mudei-a de posição (ela não consegue mais se mover sozinha) e resolvi não voltar para a cama.

Era dia de coleta de lixo, então pensei: “ponho o lixo para fora e aproveito para ler um pouquinho até dar a hora da natação”. Pensei e pus mãos à obra.

Quando abri o portão para descartar as sacolas plásticas lotadas de restos orgânicos e inorgânicos, dei de cara com o menino da padaria – que se encaminhava para mais um dia de trabalho. Dirigi-lhe a palavra assim: “tá vendo para onde vão as sacolas plásticas que pegamos com vocês?” Ele, simplesmente riu e foi-se.

Mais tarde o reencontrei quando fui comprar o delicioso pãozinho matinal. Às vezes também compro uma rosquinha escondido e vou comendo pelo caminho. Infelizmente, fui denunciado recentemente pelo açúcar que me esqueci de limpar dos lábios. A dona da pensão me aplicou o tal do flagrante delito.

Enfim, como naquele momento não havia ninguém esperando por atendimento, retomei o assunto. “Você, por acaso, assistiu o vídeo que está circulando na internet do André Trigueiro?” - “André Trigueiro? Não conheço. Ah! É aquele cara do ‘cidades e soluções? ’”- “Sim”, eu disse.

Então – continuei – ele fez um vídeo nos interiores de seu apartamento só para mostrar o quanto é possível – se, se tem boa vontade – ofertar destinação inteligente aos resíduos produzidos em nossa casa. O André demonstrou que mesmo que você more num lugar pequeno é possível se organizar para chegar à meta lixo zero.

Uma caixinha para os recicláveis, outra para os resíduos orgânicos e, você praticamente eliminará os detritos domésticos que acabam sendo depositados nos aterros sanitários e que fazem tão mal à vida de nosso planeta azul.

Conclui minha conversa na padaria com o menino que encontrara pela manhã no portão de casa dizendo:

Como pode acontecer que uma pessoa que ama tanto os animais como eu continue a colaborar maldosamente, não só para causar-lhes sofrimento, mas, sobretudo, para promover-lhes o extermínio em massa, uma vez que sei que as sacolas plásticas acabam alcançando o mar, ferindo e matando nossos amados “irracionais”?

Semelhante atitude é sinal dos tempos atuais, pensei com meus botões, todos sabemos o mal que estamos a causar, assim mesmo não mudamos o rumo destrutivo que seguimos.

Para descarte inteligente de resíduos: www.cataki.org

wwwcempre.org. br

Para transformação de resíduos orgânicos – projeto minhocasa - http://www.vidasustentavel.net/sustentabilidade/minhocasa/

¹ Cadela boxer de oito anos.