A afabilidade e a doçura nas atitudes têm de começar por nossa própria casa. Ora, ninguém é verdadeiramente afável sem ser sereno, sem haver pacificado seu mundo interior.
A mansuetude é sabedoria, e assim como uma ferida que cicatrizando de dentro para fora, mostra-se no final do processo curativo, fechada e sã, se lhe cuidamos devidamente, do mesmo modo a docidão no trato com os nossos semelhantes, manifesta-se como resultado da dedicação férrea, e do comprometimento sincero com os procedimentos que conduzem à cura das chagas incrustadas no tecido sutil de nossas almas – cura essa que se materializa em nós e em torno de nós na proporção que nos aplicamos a injeção doída do autoconhecimento a fim de domar nossa fera interior - ou seja -, conforme formos capazes de tomar o remédio da Sabedoria em pequeninas gotas, mas constantes, incorporando seus princípios libertadores, mais nos aproximaremos da saúde espiritual.
De modo que não há mansidão real, e jamais poderá haver sem a luz da compreensão cujo acendimento inicia no cuidado da alma a fim de que os frutos da amorosidade sejam contemplados desde nossa casa – no convívio íntimo com os mais próximos – para daí irradiar-se a laia de paz, tolerância e fraternidade por todos nossos caminhos, abraçando enfim todos aqueles que jornadeiam conosco.