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Cura do câncer: tubarões-brancos podem ajudar cientistas a pesquisar soluções

Nova pesquisa mapeou DNA de tubarões e especialistas acham que estabilidade de genoma do animal será chave na descoberta de curas para doenças ligadas ao envelhecimento.
22 de Fevereiro de 2019 às 10h55

Tubarões-brancos podem ser o segredo para a cura do câncer e outras doenças relacionadas ao envelhecimento, acreditam especialistas.

O primeiro mapa do DNA de tubarões revelou mutações que protegem esses animais de câncer e outras enfermidades.

Cientistas esperam que, com mais pesquisa, seja possível aplicar as descobertas ao tratamento de doenças ligadas ao envelhecimento humano.

A habilidade do tubarão-branco de reconstruir seu próprio DNA evoluiu, enquanto a nossa, não.

A pesquisa foi feita por uma equipe de cientistas da Save Our Seas Foundation Shark Research Centre, da Nova Southeastern University, na Flórida.

O que há nos genes dos tubarões?
Genes instáveis nos seres humanos são o que nos torna vulneráveis a doenças ligadas ao envelhecimento, como câncer.

Por estarem presentes há milhões de anos e serem criaturas dominantes, seu DNA evoluiu a ponto de ser capaz de se reconstruir e tolerar danos.

"A instabilidade genômica é uma questão muito importante em várias doenças humanas", diz um dos líderes da pesquisa, Dr Mahmood Shivji.

"Agora descobrimos que a natureza desenvolveu métodos para manter a estabilidade do genoma nessas criaturas enormes e tão antigas."

"Ainda há muito a se aprender com essas maravilhas evolucionárias, inclusive informações que podem ser úteis para combater câncer e outras doenças ligadas ao envelhecimento e para melhorar tratamentos de cura de ferimentos, à medida que formos descobrindo como esses animais conseguem isso."

O tubarão-branco está patrulhando os mares há pelo menos 16 milhões de anos e pode chegar a ter seis metros de comprimento e pesar até três toneladas.

O DNA de tubarões é uma vez e meia mais longo que o de seres humanos, o que significa que há coisas que esses animais conseguem fazer que humanos não conseguem.

Cientistas esperam desvendar esses segredos e usá-los para tratar problemas que o DNA já está resolvendo nos tubarões.

Eles acham que os tubarões podem ajudar no desenvolvimento de tratamento de cura de feridas e estancamento de sangue, devido à habilidade que têm de se recuperar rapidamente de ferimentos graves.

Tubarões: mais do que só dentões
Essa pesquisa pode ser um passo para mudar a imagem de um dos animais mais temidos do mundo.

A fotógrafa Kimberly Jeffries disse recentemente à Radio 1 Newsbeat, da BBC, que não sentiu "medo algum" quando nadou com um dos maiores tubarões-brancos do mundo, chamando Deep Blue.

"É uma lição de humildade", disse ela.

Ainda assim, não recomenda que ninguém pule na água com um. "São predadores, então é preciso respeitá-los", disse Kimberly.

Ao caçar peixes e outros bichos no oceano, também ajudam o avanço dessas espécies, já que seu alvo são os indivíduos mais lentos e fracos.

Pesquisas mostram que tubarões são importantes na luta contra o aquecimento global, já que caçam animais pequenos que produzem mais dióxido de carbono.
G1