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Eles não sabem o que fazem

19 de Julho de 2018 às 12h45

Jean Paul @umgayespirita

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“Bem aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia” (S. Mateus, 5:7) nos disse Jesus. Misericórdia, segundo o Google é substantivo feminino que expressa “sentimento de dor e solidariedade com relação a alguém que sofre uma tragédia pessoal ou que caiu em desgraça; dó, compaixão, piedade”; também, “ato concreto de manifestação desse sentimento, como o perdão; indulgência, graça, clemência”. Ser misericordioso, então, é nutrir este sentimento de solidariedade para com aquele que nos cometeu uma ofensa, tendo caído em desgraça, porque o que ofende sofre muito mais cobrança de sua consciência do que o ofensor.

Devemos lembrar também que somente nos ofendemos, porque ainda somos orgulhosos. Ofender-se é ter seu orgulho feriado. O ego grita “que blasfêmia, que calamidade, que audácia, logo eu, tão bonzinho, sendo injustiçado desta forma!” E aí os sentimentos de rancor e mágoa começam a se entranhar em nós, gerando quadros mentais negativos e enfermiços, que degeneram nossas energias perispirituais e atingem, de alguma forma, aquele que é alvo de nossos dardos psíquicos. Quanto mal nosso ego é capaz de criar. Que tal pararmos para analisar as situações antes de nos sentirmos ofendidos? No calor das emoções o melhor é silenciar, respirar fundo, refletir e relevar. Conforme reflete Paulo, apóstolo, nas Instruções dos Espíritos no capítulo X de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “quem sabe, aliás, se, descendo ao fundo de vós mesmos, não reconhecereis que fostes o agressor? Quem sabe se (...) não fostes quem atirou o primeiro golpe?” Vale a pena analisarmos. E, mesmo não tendo sido nós a atirarmos as primeiras pedras, cabe-nos usar da misericórdia em todas as situações, porque ser misericordioso é dever de todos nós já que recebemos de Deus, todo dia, Sua infinita misericórdia por não Se ofender com nossas infrações cotidianas às Suas leis.

Sendo misericordiosos evitamos inúmeras consequências negativas na nossa caminhada. Comecemos a ter misericórdia com relação a pequenas ofensas: uma palavra mais dura; uma pisada no pé; uma piada de mau gosto. Quando percebermos, estaremos sendo misericordiosos com relação a grandes ofensas tendo como modelo o maior exemplo de misericórdia de que tivemos notícia na Terra, quando Ele, o Sol sublime que baixou ao lamaçal da carne, do alto da cruz elevou Seu pensamento ao Mais Alto que podemos conceber e disse serena e profundamente “Pai! Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Pratiquemos a misericórdia ainda hoje para que amanhã, livre do ego, as ofensas não mais nos atrapalhem o caminhar.

 

Jean Paul

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