Blogs e Colunas

Transitoriedade da Existência Física

10 de Agosto de 2016 às 03h45

Geraldo Campetti Sobrinho

ver todas as postagens »

O homem carnal, mais preso à vida corporal do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, mantém-se num estado de ansiedade e de tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.

O homem moral, que se colocou acima das necessidades artificiais, criadas pelas paixões, experimenta, já neste mundo, prazeres que o homem material desconhece. A moderação dos desejos dá ao seu Espírito calma e serenidade. Feliz pelo bem que faz, não há decepções para ele e as contrariedades deslizam sobre sua alma sem lhe deixarem nenhuma impressão dolorosa (O Livro dos Espíritos, q. 941, nota).

*

Conta-se que no século XIX, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito.

Seu objetivo era visitar um famoso rabino.

O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros.

As únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.

– Onde estão os seus móveis? – perguntou o turista

E o rabino, bem depressa, perguntou também:

– Onde estão os seus?

– Os meus? – Disse o turista. – Mas eu estou aqui de passagem?!

– Eu também! – Disse o rabino.

*

A existência material, iniciada no momento da concepção e extinta na denominada morte, é uma passagem. Por mais que dure 80, 100 anos, transcorre com rapidez.

A reencarnação, definida como o retorno do Espírito a um novo corpo físico, constitui-se em valiosa oportunidade de desenvolvimento intelectual e moral. Por essa razão, deve ser bem aproveitada.

A cada dia deveríamos nos preparar para a morte, para bem morrer, considerando ser o passamento a nossa porta de entrada na vida real, permanente. Para isso, é importante aprender a bem viver a existência material, transitória, facultada pela experiência da pluralidade das existências.

Aprendemos com Jesus que é necessário cuidar das duas vidas: a material e a espiritual. Quando nos dedicamos exclusivamente à materialidade, tornando-nos consumistas, hedonistas, egoístas, perdemos a noção dos valores reais com os quais devemos alimentar a intimidade de nossos seres.

A compreensão dos ensinamentos de Jesus só é possível com o entendimento da vida futura. O maior patrimônio que Deus concedeu aos seus filhos foi tê-los criado Espíritos imortais. A imortalidade é a dádiva por excelência a que o Espírito está destinado por concessão divina.

O Espiritismo combate assim o Materialismo que ainda alimenta o imaginário de boa parte de homens e mulheres que não creem na vida após a morte ou que não dão importância às questões da espiritualidade.

Para otimizar o aproveitamento da nossa atual existência, é importante manter a firmeza da vontade para o cultivo de virtudes imperecíveis que nos conduzirão ao autoconhecimento e realização interior. A melhor maneira de nos autodescobrir é a convivência salutar com os semelhantes.

Extratos do livro Anotações espíritas, ditado por Espíritos diversos e psicografado por Divaldo Pereira Franco. Ed. FEB.